Esta declaração significa que Cuba e Nicarágua serão os próximos, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
O diplomata assinalou que a Doutrina Monroe "empalidece" perante a que está sendo formada agora e que significa que os americanos se apropriam do direito de usar a força em qualquer lugar que queiram para derrubar governos de que não gostam.
"Nós estamos trabalhando ativamente com todos os países que estão igualmente preocupados com a perspectiva de uma solução militar. Não é por acaso que os dirigentes do Brasil, por exemplo, afirmaram que não participariam, nem concederiam o seu território para ações agressivas dos EUA contra a Venezuela", disse o ministro.
Moscou leva em consideração que nenhum país da América Latina, inclusive o Grupo de Lima, apoia o uso da força na Venezuela, declarou Lavrov, apelando aos EUA para acatarem a posição deste grupo de países.
"Nós também reparamos nas provocações destinadas a romper a fronteira [venezuelana] sob o pretexto de fornecimento de ajuda humanitária para as vítimas. Este cenário bem conhecido prevê declarações seguintes e tentativas de invasão militar", anunciou o ministro.
As declarações de Lavrov apareceram apenas alguns dias depois de o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ter dito que Washington continuaria a exercer pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro até que ele entendesse que os seus dias estavam "contados", acrescentando que os EUA não excluem o cenário militar.