"Alguém tem que conversar, certo? [O presidente dos EUA, Donald] Trump não foi conversar com [o líder norte-coreano] Kim Jong-un?", declarou Mourão em referência à cúpula entre os dois líderes, realizada esta semana em Hanói, no Vietnã.
De acordo com Mourão, a falta de canais internacionais com o governo Maduro vem dificultando uma resolução para a crise que assola a Venezuela. Sem diálogo, explicou o vice-presidente, a tendência é de que a situação na região se agrave ainda mais.
"Isso aí é um castelo de cartas. Tem que puxar a carta correta. Quando puxar aquela carta, esse castelo vai desabar", prosseguiu Mourão, que no início da semana sugeriu que Maduro e seus aliados deveriam deixar o país caribenho, abrindo espaço para sua reconstrução.
O general da reserva brasileiro, que vem tendo papel de destaque do lado brasileiro nas negociações em torno da crise venezuelana, ainda fez comentários positivos sobre a visita feita pelo presidente da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, considerado o líder interino da Venezuela pelos Estados Unidos, Brasil e dezenas de país europeus.
"O Guaidó está sendo reconhecido como presidente real, vamos colocar assim, da Venezuela. Ele veio aqui para mostrar para os venezuelanos que é recebido pelo presidente brasileiro. Acho que é isso", ponderou.
Apesar da sua sugestão sobre um diálogo com Maduro, Mourão destacou que só falava em caráter de hipótese e que tal possibilidade, caso se tornasse possível, teria de passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro.
A fala do vice-presidente contrasta com o que disse mais cedo o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que garantiu que não havia qualquer diálogo ou chance de negociações com Maduro.