Em 26 de fevereiro, Gonen Segev, ministro da Energia e Infraestrutura de Israel entre 1995 e 1996, foi condenado a 11 anos de prisão por espionagem para o Irã.
Segundo a inteligência israelense, Gonen, que nos últimos tempos vivia na Nigéria, colaborou com a inteligência iraniana desde 2012 e lhe forneceu informações secretas sobre Israel, usando seus antigos contatos.
Ponto de vista iraniano
Para Seyed Hadi Borhani, professor da Universidade de Teerã, levando em conta que os serviços secretos israelenses realizam atividades anti-iranianas, o Irã é forçado a adotar contramedidas.
"Com base nos dados da mídia, podemos concluir que os serviços de inteligência israelenses estão conduzindo atividades subversivas anti-iranianas, por exemplo assassinatos de cientistas nucleares iranianos no Irã. O Irã está em uma situação em que deve se defender contra essas ações. Para sua defesa, ele deve dispor de informações completas sobre os programas, soluções, projetos e inteligência de Israel", explicou ele à Sputnik Persa.
"Levando em conta [as atividades anti-iranianas de Israel], o Irã desenvolveu projetos com vista a se infiltrar em Israel e obter informações. O Irã conseguiu ‘pegar’ o ministro israelense na Nigéria e obter informações através dele", opinou o professor.
Respondendo à pergunta sobre os interesses do Irã na Nigéria, Borhani disse: "Em minha opinião, essas duas questões não estão relacionadas. Estamos falando da guerra entre as inteligências dos dois países, que está acontecendo em outros países do mundo. Quanto a este ex-ministro, o Irã encontrou-o na Nigéria, porque ele estava e trabalhava ali. Não há outro motivo".
Ponto de vista israelense
Entretanto, ao estudar cuidadosamente essa questão, a inteligência israelense veio a saber que foi próprio Gonen Segev que tomou a iniciativa e entrou em contato com diplomatas iranianos na Nigéria. A razão de seu comportamento é trivial: ressentimento pessoal devido a ter sido afastado do cargo de ministro, revelou Tsipis.
"Embora esse cidadão não tenha informações muito valiosas para os iranianos, Israel usou este caso nos seus próprios interesses. Nosso tribunal entrou em acordo com ele, porque Segev começou a cooperar. Nossos serviços de inteligência conseguiram obter informações valiosas sobre espiões iranianos. Ou seja, foram reveladas identidades dos agentes de inteligência iranianos que atuam sob disfarce de diplomatas na África, com quem Segev havia falado", explicou ele.