Segundo o especialista, a Venezuela está preocupada com as posssíveis confiscações de ativos da estatal PDVSA depois que os EUA impuseram sanções contra a empresa.
O especialista observou que o governo venezuelano está lutando para encontrar novos compradores para o petróleo bruto venezuelano que já havia sido vendido às refinarias americanas.
Os EUA adquiriam aproximadamente 500 mil barris de petróleo venezuelano diariamente antes de Washington introduzir sanções contra a PDVSA, congelando seus ativos no valor de sete bilhões de dólares.
Ogutcu disse que, nas atuais circunstâncias, as receitas venezuelanas provenientes das vendas de petróleo poderiam ser facilmente confiscadas pelos EUA.
"A Rússia já estendeu seus créditos à Venezuela e está recebendo o petróleo para compensar o pagamento da dívida", acrescentou.
O analista russo Anton Pokatovich, do banco de investimentos BKS Premier, disse, por sua vez, que Moscou e Caracas poderiam estabelecer uma cooperação, trocando petróleo bruto por bens humanitários.
"A Rússia poderia desenvolver o mesmo mecanismo que a UE está atualmente tentando implantar com o Irã para não interromper o comércio com o setor de petróleo iraniano", disse ele.
No âmbito das recentes sanções, Washington bloqueou os pagamentos para a conta bancária da PDVSA, forçando os compradores de petróleo venezuelano a fazer todas as transações através de uma conta separada à qual a empresa não tem acesso.
Em 1 de março, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, declarou durante a sua visita a Moscou que o presidente Nicolás Maduro ordenou o fechamento do escritório da gigante estatal petroleira PDVSA em Lisboa e sua transferência para Moscou.