"Isso está acabado", disse Erdogan, salientando as assinaturas que já foram feitas em relação ao acordo e que a primeira entrega dos sistemas está programada para julho. "Nós somos uma Turquia independente, nós não somos escravos", disse.
O general do Exército dos EUA, Curtis Scaparrotti,que lidera o comando dos EUA para a Europa, recomendou ao Congresso dos EUA na terça-feira (5) que caso a Turquia comprasse os sistemas S-400 da Rússia, a entrega dos jatos F-35 dos EUA para Ancara deveria ser cancelada.
"Se eles aceitarem os S-400 e os estabelecerem na Turquia há uma questão […] ligada aos F-35", disse o comandante ao Comitê dos Serviços Armados do Senado dos EUA, conforme reportou a Sputnik News.
O presidente turco também ponderou que seu governo pode ainda considerar a compra dos sistemas de defesa aérea S-500 Prometey (Prometheus), da Rússia, em uma data posterior. O S-500 ainda não está totalmente operacional nas Forças Armadas da Rússia, mas acredita-se que ele será igual em capacidade ao sistema de defesa aérea de alta altitude, THAAD, dos EUA, e deve entrar em serviço em 2020.
Erdogan acrescentou que os EUA não deveriam tentar disciplinar a Turquia por meio de medidas comerciais, observando que a Turquia tem suas próprias medidas preparadas.
Os comentários de Erdogan nesta quarta-feira (6) também falaram na retirada dos EUA da Síria, onde Ancara e Washington se viram em lados opostos do atual conflito da Turquia com as milícias curdas na região.
"Se os EUA quiserem tirar armas da Síria, eles podem, mas se não quiserem, que as entreguem à Turquia, não aos terroristas", disse Erdogan em uma entrevista ao Kanal 24.
#CANLI Başkan @RT_Erdogan: S-400 konusunu biz bitirdik. Artık konuşmanın anlamı yok. Gerek Putin ile gerek Rusya ile bütün bunlar konuşuldu, anlaşıldı, imzalar atıldı #BaşkanÖzel https://t.co/VHYOZkOp1n pic.twitter.com/kvaOeVEdw5
— Star Gazetesi 🇹🇷 (@stargazete) 6 de março de 2019
Ancara considera as milícias curdas, parte das Forças Democráticas da Síria, aliadas dos EUA, como organizações terroristas. À medida que o calendário dos EUA para a retirada da Síria continua, Washington ponderou a questão de levar ou não armas emprestadas dos EUA ou deixá-las em mãos curdas para continuar a luta contra o Daesh e outras forças no país.
Erdogan disse que, apesar de acreditar que o presidente dos EUA, Donald Trump, "tomou uma posição firme" em retirar as tropas norte-americanas da Síria, ele enfrenta a pressão do aparelho do Estado norte-americano. "Há uma ordem estabelecida nos EUA", disse Erdogan. "Nós também podemos chamar isso de 'Estado profundo'. Eles bloqueiam essas etapas".