De acordo com o estudo, cujas informações foram conseguidas durante a missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA), a Via Láctea pesa cerca de 1,5 trilhão de massas solares em um raio de 129 mil anos-luz a partir do centro galáctico.
O resultado obtido é muito mais concreto do que os anteriores, que oscilavam entre 500 bilhões e três trilhões de vezes a massa do Sol. Essa grande diferença se devia aos diferentes métodos de medição usados nos cálculos.
"Não podemos observar diretamente a matéria escura […] Foi isto que tornou a medição da massa da Via Láctea tão difícil: não se pode medir corretamente o que não se vê!", explica Laura Watkins, chefe da equipe de astrônomos responsável pela análise da Via Láctea.
Dessa forma, o método usado foi a medição da velocidade dos aglomerados globulares — conjuntos esféricos de estrelas que orbitam o núcleo da galáxia como fazem os satélites.
Segundo explica o professor de astrofísica Wyn Evans, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge (Reino Unido), quanto mais pesada for a galáxia, mais rápido os aglomerados globulares se movem devido ao efeito da gravidade.
Para isso foram utilizados os dados publicados em 25 de abril de 2018 pela missão Gaia como base para seu estudo. Essa missão visava criar um mapa tridimensional dos objetos astronômicos que passam pela Via Láctea e, desta forma, seguir os seus movimentos. Essas referências também incluem medições exatas dos aglomerados globulares dentro de um raio de 65 mil anos-luz da Terra.
"Combinando as medições que a missão Gaia havia feito de 34 aglomerados globulares com outras 12 do Hubble, fomos capazes de determinar a massa da Via Láctea de uma forma que tinha sido impossível até agora", explica Roeland van der Marel, do Instituto de Ciência de Telescópios Espaciais (EUA).
Os conhecimentos referentes à massa da Via Láctea permitirão que se entenda melhor o lugar da nossa galáxia na imensidão do espaço, segundo os astrônomos.