Em relação ao tema, o autor do artigo recorda o desastre de 1945, quando Washington lançou bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, "matando indiscriminadamente cerca de 200 mil civis" e muitos outros que morreram em anos posteriores da radiação e doenças associadas.
"Se há um lugar especial no inferno para aqueles que expõem o planeta a armas tão horríveis, Truman deve estar lá", diz Bridge, referindo-se ao 33º presidente dos EUA, Harry S. Truman.
Os países desarmados (casos do Afeganistão, Iraque, Líbia, Ucrânia, Iugoslávia ou Síria) devem se preocupar com o risco de que atores estrangeiros queiram "determinar seu futuro democrático", enquanto apenas os membros do clube nuclear "podem ficar tranquilos, pois teoricamente estão a salvo de um ataque externo", ressalta o analista.
Pelo fato de se tratar de duas potências nucleares, isso coloca os rivais regionais em uma posição complicada, tendo ambos que exercer contenção para evitar o pior dos cenários, explica o autor.
O jornalista expõe mais um exemplo, ao se referir ao abate do avião militar russo Il-20 na Síria em setembro de 2018, provocado por quatro caças israelitas F-16. Esses acontecimentos provam que o mundo está ficando caótico e que "os acidentes entre as potências nucleares são cada vez mais prováveis".
Segundo o colunista, isso poderia fazer voltar a corrida armamentista global — algo que seria "positivo" para as empresas da indústria militar, mas "um desastre absoluto" para o mundo.
A julgar pelo que aconteceu no Japão em 1945, será que "existe alguma razão para duvidar de que muita gente acredite que os EUA são 'loucos o suficiente' para fazer o impensável pela segunda vez?", pergunta o analista, concluindo que não é de se admirar que o Relógio simbólico do Apocalipse esteja agora a dois minutos do "fim do mundo".