De acordo com o chefe do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, a recusa da China em negociar as limitações dos mísseis nucleares de médio alcance foi “uma das razões pelas quais os EUA e a Rússia não mais querem se comprometer unilateralmente com o Tratado sobre as Forças Nucleares de Faixa Intermediária (INF)”.
“A China tem essa liberdade [de produzir mísseis do tipo], e outras também estão se armando: Coreia do Norte, Paquistão, Índia, por exemplo. Se Pequim se recusar a aceitar o controle, isso não precisa ser o fim da discussão. A China pertence à mesa de discussão. Temos que aumentar a pressão lá”, disse ele.
“Nas décadas desde o fim da Guerra Fria, não havia muita necessidade de falar sobre isso. Mas nós temos que liderar o debate porque há cenários claros de ameaças. Nossa posição é que o armamento geral não deve ser o resultado da nova competição das grandes potências”, disse ele, expondo sua opinião sobre o assunto.
Em entrevista ao Focus no início deste mês, a ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, disse que os mísseis de médio alcance da China podem chegar à Rússia, sugerindo que Moscou pode ter interesse em incluir Pequim em "algum tipo de tratado de desarmamento".
Outras autoridades alemãs já expressaram suas preocupações sobre o colapso do Tratado INF. O ministro da Economia e Energia, Peter Altmaier, por exemplo, não descarta uma nova corrida armamentista entre os EUA e a Rússia.
Os Estados Unidos formalmente suspenderam suas obrigações com o Tratado INF no último dia 2 de fevereiro e desencadearam o processo de retirada de seis meses, alegando violação do acordo por parte de Moscou. O texto proíbe todos os mísseis lançados no solo, convencionais ou nucleares, com faixas de 310 a 3.400 milhas (498 a 5471 quilômetros).
Putin disse que Moscou não quer uma dispendiosa corrida armamentista, mas descartou qualquer nova negociação sobre o controle de armas, afirmando que todas as propostas anteriores permaneceram sobre a mesa.