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Haddad: 'Trump e Bolsonaro querem invadir a Venezuela pelo petróleo'

© Sputnik / Solon NetoFernando Haddad, candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.
Fernando Haddad, candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro. - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, querem invadir a Venezuela para que Washington possa controlar o petróleo do país, disse Fernando Haddad em entrevista exclusiva à Sputnik nesta terça-feira.

"Trump e Bolsonaro querem fazer uma intervenção militar na Venezuela […] A direita e os EUA estão jogando estrategicamente, os EUA provocam um conflito em todo o mundo para assumir o controle do petróleo daquele país, não há dúvida sobre isso", ele afirmou.

Haddad, que substituiu o Lula como candidato do PT nas últimas eleições brasileiras depois do ex-presidente ser vetado pela Justiça, advertiu que há uma boa chance de uma guerra civil estourar na Venezuela, o que seria "desastroso" para a América Latina.

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"Somos muito cautelosos em relação à participação de potências mundiais na resolução de conflitos locais, há múltiplos interesses em jogo nesta questão […] Acreditamos que a própria Venezuela tenha que se autodeterminar".

Haddad disse ainda que "é preciso evitar um conflito armado no continente". Para o político, "o Brasil tem um papel fundamental nesse processo", seguindo a tradição diplomática do país em mediar conflitos.

Mercosul ameaçado

O ex-candidato falou ainda sobre o futuro do Mercado Comum do Sul (Mercosul). O bloco é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela suspensa e a Bolívia em processo de adesão plena.

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Logo após vencer as eleições, a gestão de Jair Bolsonaro deu a entender que não pretende aprofundar as relações com o bloco. O presidente reclamou da falta de flexibilidade nas negociações em grupo e aventou a possibilidade de fechar acordos comerciais com países como o Reino Unido sem a participação das outras nações.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a responder de forma ríspida a uma repórter do Clarín sobre o o tema. "[O Mercosul] não é prioridade, entendeu agora?", disse à época. Seguindo as declarações do mandatário brasileiro, o ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Faurie, argumentou em dezembro que o Mercosul é um "bloco fechado, que não termina de se aperfeiçoar", e pediu que essa inércia fosse modificada.

Para Haddad, a organização está sob ameaça pelas novas políticas do presidente.

"Certamente posso dizer que o Mercosul está em perigo com o Bolsonaro, infelizmente não há liderança para conter essa ameaça", disse Haddad. 

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Para o petista, a América do Sul está sofrendo uma "grave crise", perdendo a possibilidade de se posicionar de maneira relevante no mundo, à medida que a influência do Mercosul nos acordos comerciais enfraquece.

"A única maneira de sair dessa situação é fazer uma integração radical do continente, que é o oposto do que a direita está propondo […] Essa integração radical só seria alcançada com o Mercosul", acrescentou. "Se nos separarmos, nos tornamos irrelevantes, até o Brasil enfraquece, apesar do nosso tamanho".

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