O líder conservador, que se encontrará com Trump na Casa Branca nesta terça-feira, tem afinidades ideológicas com o líder dos EUA e quebrou o precedente brasileiro dirigindo-se a Washington, e não à Argentina, para sua primeira viagem oficial ao exterior.
Brasil e os EUA assinaram acordo de salvaguardas tecnológicas para permitir o uso comercial do centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão. O acordo prevê que os EUA poderão lançar satélites e foguetes da base maranhense. O território continuará sob jurisdição brasileira.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de março de 2019
O Ministro do Ciência e Tecnologia, @Astro_Pontes , destacou que o ato respeita a soberania do Brasil, já que a base fica no Maranhão, e que o governo brasileiro buscará firmar acordos com outros países, permitindo lançar outros foguetes e outras espaçonaves de outros países.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de março de 2019
O não chancelamento deste acordo, que agora depende da aprovação do Congresso Nacional, faz há muito tempo com que o Brasil perca muito dinheiro por não explorar esta área privilegiada para realização de tal manobra de forma comercial.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de março de 2019
Promovendo uma abordagem favorável às empresas depois de mais de uma década de presidentes socialistas, Bolsonaro assinou um acordo com empresas americanas sobre salvaguardas técnicas para permitir lançamentos de satélites comerciais da base de Alcântara, no estado do Maranhão.
"Devemos agradecer a Deus pela recente mudança de ideologia no Brasil", afirmou Bolsonaro na Câmara de Comércio dos EUA. "Queremos ter um ótimo Brasil, assim como Trump quer tornar a América ótima".
Alcântara é um local ideal, uma vez que fica perto do Equador, diminuindo as necessidades de combustível em 30%. O Brasil espera que a base leve uma fatia do mercado de lançamento multibilionário ao concorrer com o centro espacial Kourou, na Guiana Francesa.
Mas o acordo precisa da aprovação do Congresso brasileiro, que bloqueou um acordo similar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, alegando que o país perderia a soberania para os Estados Unidos.
O ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que foi o primeiro astronauta do país, comparou o status proposto de Alcântara a um hotel.
"Imagine que você trouxe a tecnologia para o seu quarto. Você tem a chave e eu, o dono do hotel, posso entrar, se necessário", declarou.
As aspirações do Brasil para Alcântara foram prejudicadas por uma explosão em 2003, na qual 21 técnicos foram mortos.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um acordo para a Ucrânia lançar equipamentos da base, mas o acerto foi encerrado, com o Brasil citando os desenvolvimentos econômicos e tecnológicos.
Bolsonaro - cujos laços estreitos com os interesses comerciais e agrícolas têm assustado os ambientalistas - disse que esperava investimentos dos EUA além da base espacial.
"Em diferentes áreas, minerais, agricultura, biodiversidade - temos imensa biodiversidade na Amazônia - gostaríamos muito de ter uma parceria com esse país que eu admiro", afirmou sobre os Estados Unidos.
Bolsonaro disse que também falaria com Trump sobre sua campanha conjunta para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
"Não podemos deixá-los do jeito que estão. Temos que libertar a nação da Venezuela. É por isso que contamos com os Estados Unidos para alcançar esse objetivo", completou.