Porém, ela assinalou que o Brasil pode firmar um tratado de parceria com o bloco.
Em entrevista à Sputnik França, Maurice Lemoine, ex-editor-chefe do jornal Le Monde Diplomatique e especialista em assuntos da América Latina, comentou a situação.
"Existe uma proximidade ideológica evidente [entre Donald Trump e] a direita colombiana de [Alvaro] Uribe, de [Juan Manuel] Santos e agora de Duque [Marquez], e com o presidente Jair Bolsonaro no Brasil", apontou.
"Precisamos recordar que os governos 'progressistas' – a Venezuela de [Hugo] Chávez, o Equador de [Rafael] Correa, a Argentina de [Cristina] Kirchner ou a Bolívia de [Evo] Morales – criaram a União de Nações Sul-Americanas [Unasur], sem os EUA, em 2008, depois a CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que inclui todos os países do continente menos os EUA e o Canadá, em 2011."
Porém, o jornalista acredita que a América Latina está perdendo os avanços dos últimos anos, se aproximando novamente dos EUA.
"Em 2011, os governos 'progressistas' declararam o continente americano como 'zona de paz'. Eles o fizeram junto com países [onde no poder estavam partidos] de direita. Havia uma vontade de integração para além das divergências ideológicas. Evidentemente, fazendo entrar o Brasil e a Colômbia na OTAN se está a minar as aspirações de paz", disse.
"Os EUA e os setores conservadores latino-americanos estão regressando à Guerra Fria entre os adversários nomeados, China, Rússia, Irã e Venezuela, e o 'campo do bem'", indicou o jornalista.
Ele opinou por que o governo francês reagiu de forma tão rápida e com uma sinceridade incomum em diplomacia.
"Não ouvi Emmanuel Macron se expressar quando a Colômbia virou membro associado da OTAN. Mas agora ele acordou de repente muito simplesmente porque a amizade com forças que não são progressistas lhe pode trazer problemas", ressaltou Lemoine.