Battisti, de 64 anos, reconheceu todas as acusações contra ele "em quatro casos de assassinato", afirmou o promotor de Milão, Alberto Nobili, segundo a mídia italiana.
Preso em 1979 por pertencer a um grupo revolucionário armado banido na Itália, Battisti escapou da prisão dois anos depois e passou quase quatro décadas foragido. Uma operação policial internacional acabou por localizá-lo e prendeu-o na Bolívia em janeiro.
Battisti foi condenado à morte por ter matado um policial e um guarda de prisão, por ter participado do assassinato de um açougueiro e por ter ajudado a planejar o assassinato de um joalheiro que morreu em um tiroteio que deixou seu filho adolescente em uma cadeira de rodas.
Ele está cumprindo sua sentença em uma prisão da Sardenha que abriga mais de 250 condenados, muitos deles vivendo sob o duro regime penitenciário "41 bis", geralmente aplicado a membros da Máfia.
Battisti confessou as mortes durante o interrogatório na prisão no fim de semana, disse Nobili.
Depois da fuga de presos, Battisti reinventou-se como autor, escrevendo uma série de romances noir. Em 2004, ele deixou de pagar a fiança na França, onde se refugiara. Ele então foi morar clandestinamente no Brasil até ser preso em 2007 no Rio de Janeiro.
Depois de anos sob custódia, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu um decreto — posteriormente confirmado pela Suprema Corte do Brasil — em 2010, recusando a extradição de Battisti para a Itália, e foi libertado, irritando Roma.
No dia 13 de dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux determinou a prisão de Battisti. No dia seguinte, a extradição foi autorizada pelo então presidente Michel Temer. Desde então, Battisti estava foragido, até ser encontrado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Uma operação realizada por uma equipe conjunta de oficiais italianos e bolivianos conseguiu capturá-lo.
A prisão de Battisti rendeu agradecimentos do vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, este um grande crítico da permanência do ex-militante no Brasil durante os últimos anos.
Até agora, ele havia admitido fazer parte dos proletários armados pelo comunismo, um grupo radical que organizou uma série de roubos e ataques, mas sempre rejeitou a responsabilidade por qualquer morte, pintando-se como um refugiado político.