As novas embarcações serão desenvolvidas pelos alemães da TKMS, em parceria com a Atech Negócios em Tecnologias S.A e Embraer S.A no consórcio chamado de "Águas Azuis". As corvetas devem ser usadas em atividades de escolta e proteção e contarão com capacidade antiaérea.
Especialista em assuntos de defesa, o jornalista Pedro Paulo Rezende analisa que o vultoso investimento nas embarcações — com uma cifra que salta aos olhos em tempos de vacas magras no orçamento federal — não é um luxo ou predileção pelos investimentos nas Forças Armadas, mas uma situação de emergência. Rezende conta que a situação atual da frota brasileira é de sucateamento, deixando o país vulnerável para proteção de sua longa costa marítima.
"A Marinha estava em estado de miséria, então essa compra é urgente, para ontem. São investimentos emergenciais, sobretudo no caso destas corvetas, porque as escoltas marinhas do Brasil encontram-se em fase final de vida. Nós temos duas fragatas em mau estado, três dos seis núcleos Niterói estão em muito mau estado, duas corvetas das quatro que construímos também em situação de miséria. Só temos um navio hoje em dia em boas condições de uso, que é a Corveta Barroso", revela o especialista.
Embora refute a tese da falta de investimentos federais na área militar — citando, no caso da própria Marinha, o desenvolvimento dos submarinos Riachuelo e nuclear —, Pedro diz que "70% dos recursos destinados às Forças Armadas atualmente são fortemente impactados pelo gasto com pessoal". Com isso, a intenção inicial de modernizar a frota e fazer a compra de novos navios em 2012 acabou solapada por dificuldades orçamentárias.
"Acho que este será o principal ponto estratégico da Marinha. Isso e o investimento pesado na construção de navios de patrulha leves, para o serviço de guarda-costas", avalia.