Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Partido Popular (CHP), disse que os candidatos do CHP tomaram as duas principais cidades turcas do AKP e também ocuparam seu reduto de Izmir na costa do mar Egeu.
A derrota do partido de Erdogan em Ancara seria um revés significativo para o presidente que fez campanha implacável por dois meses antes de uma votação que ele descreveu como uma "questão de sobrevivência" para a Turquia.
Perder Istambul, a maior cidade da Turquia e uma plataforma para sua própria carreira política, seria um golpe maior.
Com mais de 92% dos votos computados, o candidato a prefeito do CHP, Mansur Yavas, obteve 50,6%, dando-lhe uma vantagem de 3,4 pontos percentuais sobre sua rival do AKP.
Em Istambul, os canais de televisão turcos mostraram que a candidata do AKP e ex-primeira-ministra Binali Yildirim tinha uma estreita liderança, com 98,8% dos votos apurados, assegurando 4.111.219 votos contra 4.106.776 de seu rival, Ekrem Imamoglu.
"Temos que aceitar o fato de que ganhamos e perdemos algumas cidades, isso é uma necessidade nas democracias", disse Erdogan em Istambul, prometendo que a Turquia agora se concentrará em sua problemática economia. "Temos um longo período à frente, onde faremos reformas econômicas sem comprometer as regras da economia de livre mercado."
Erdogan dominou a política turca por mais de 16 anos, graças principalmente ao forte crescimento econômico e ao apoio de um núcleo eleitoral de muçulmanos conservadores.
Um cabo eleitoral cheio de energia, ele tem sido o político mais popular do país — embora divisivo. Erdogan consolidou seu poder 2017 após um controverso referendo.
"O povo votou a favor da democracia, eles escolheram a democracia", disse Kilicdaroglu, líder do CHP.
A eleição foi marcada pela violência, com duas pessoas mortas na província de Malatya e outras três na província de Gaziantep, no sul do país, informou o conselho eleitoral da Turquia.