Em 2 de abril, os EUA suspenderam a entrega à Turquia de caças furtivos de quinta geração F-35 e de equipamento necessário para sua manutenção devido aos planos de Ancara de comprar sistemas de defesa antiaérea russos S-400.
Parceiro pouco importante?
Segundo explicou à Sputnik o vice-diretor da revista Arsenal Otechestva, Dmitry Drozdenko, a Turquia é um empreiteiro de segundo nível na cadeia de fabricação da Lockheed Martin, de modo que, teoricamente, os EUA podem passar sem ela.
"Isso vai custar caro a eles: não serão milhões, nem dezenas de milhões, nem mesmo centenas de milhões de dólares que eles [os EUA] terão que gastar. Mas podem fazê-lo", indicou.
Ainda está por decidir se os próprios caças F-35 serão entregues a Ancara. É algo que dependerá das ações do país otomano, diz o especialista.
Caso a cooperação entre Washington e Ancara nesse campo seja terminada, a Rússia terá uma vantagem, uma vez que a Turquia poderia estar interessada em alguns dos aviões de nova geração russos.
Proposta russa interessante para a Turquia
Na verdade, qualquer caça de fabricação russa seria uma opção atraente porque os F-35 americanos estão muito sobrevalorizados e não são "uma panaceia voadora que pode vencer todos", declarou Drozdenko.
"Eu não vejo nada de especial no F-35 e acho que, em combate real, onde as condições são um pouco diferentes, um Su-35S não teria dificuldade em abatê-lo tanto a longa distância, quanto a curta", destacou.
Ele também enfatizou que a excelente manobrabilidade dos caças russos é uma qualidade muito subestimada, adicionando que um combate real não vai demorar para pôr os pontos nos ii.
Quanto aos caças F-35 americanos, o especialista lembrou que muitos treinamentos foram realizados, tanto contra o F-22, quanto contra o F-35, e em muitos casos estes aviões perderam contra seus adversários europeus e russos.
"Sua única vantagem é a suposta invisibilidade, mas assim que sua posição é descoberta, todas as vantagens são anuladas", disse ele.
Entre as principais vantagens das aeronaves russas destacam-se, segundo o especialista, sua manobrabilidade, confiabilidade, baixo custo e facilidade de manutenção. Assim, as aeronaves russas estão mais bem adaptadas às condições de combate.
Na opinião dele, o Su-57 não será oferecido na fase de negociações, acrescentando que os candidatos mais prováveis a serem vendidos para a Turquia são o Su-30 ou o Su-35S.