Para o professor de Direito Internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Clayton Vinícius Pergoraro, a visita do mandatário brasileiro a Israel deveria ter se focado em questões de fortalecimento da cooperação tecnológica, transferência de know how militar e oportunidades para o agronegócio. Ele classificou a decisão de instalar o escritório em Jerusalém como "potencialmente desastrosa para o país".
"O Brasil tem um padrão altíssimo de proteína animal e ignorar este mercado [de carne halal] não teria o menor cabimento. Eles [os países árabes] podem reduzir drasticamente a importação da nossa carne, uma medida que seria horrível para a balança comercial do país. É uma questão menos que jurídica e mais econômica, matemática", avalia o professor.
Clayton também destacou que os países árabes vão pressionar Bolsonaro e a continuidade das boas relações comerciais demandaram empenho ao prestar explicações.
"Historicamente existe uma questão colocada entre Israel e Oriente Médio e não tem nenhum porquê essa decisão [de instalar o escritório]. Teremos que dar uma resposta e explicar se trata-se de uma questão econômica, armamentista, seja o que for", finaliza.