O tenente-general Hans Baur, que se pensa ter sido o piloto e confidente próximo de Adolf Hitler, revelou no seu diário que o líder nazista lhe disse "Vou acabar com isto hoje" no dia do seu suicídio. O diário de Baur, relançado recentemente, lança luz sobre a liderança do Reich nos dias anteriores à queda de Berlim, quando a capital alemã foi tomada pela União Soviética em 1945.
Segundo o piloto, ele "tentou convencê-lo de que ainda havia aviões disponíveis" e sugeriu que ele poderia levá-lo "ao Japão ou à Argentina, ou a um dos xeques, que eram todos muito amigáveis com ele por causa de sua atitude para com os judeus". Mas Hitler recusou, insistindo que iria "ficar ou cair com Berlim".
O piloto de Hitler afirmou que o líder nazista tinha medo que o Exército Vermelho usasse munições de gás, porque eles sabiam que ele estava em seu bunker, o lugar onde ele mais tarde encontrou sua morte.
"De qualquer forma, eu não vou, e eu vou acabar com isso hoje", disse Hitler ao seu piloto, de acordo com o diário. Baur, que ele próprio tentou escapar ao colapso do Reich, mas foi pego, passou vários anos como prisioneiro soviético e morreu em 1993, com 96 anos, disse que Hitler veio até ele e tomou ambas as mãos dele nas suas durante o último encontro entre eles.
Baur insistiu que a confiança completa de Hitler nele se tinha desenvolvido para uma "relação mais íntima e amigável", e que o Hitler o chamava mesmo de seu amigo pessoal. Hitler chegou mesmo a ir ao casamento do seu piloto e o presenteou com um carro por ocasião do seu 40º aniversário. O relato de Baur sobre a vida por dentro da liderança do Reich foi publicado pela primeira vez na Alemanha há mais de 50 anos, mas recentemente foi reimpresso no Reino Unido sob o título "I was Hitler's Pilot" ("Eu fui o piloto de Hitler").