A velocidade do vento sobre os oceanos e a altura das ondas são importantes para muitos processos atmosféricos e oceânicos. Por exemplo, o vento determina a transferência de calor e o movimento do dióxido de carbono entre a atmosfera e o oceano, enquanto a altura das ondas é crítica quando as áreas costeiras são inundadas.
Os autores de um recente estudo, publicado na revista Science, apontam que a determinação de pequenas tendências, incluindo aquelas relacionadas à mudança do clima, nas flutuações desses parâmetros é uma tarefa bastante difícil.
Os cientistas descobriram várias tendências fracas, mas estatisticamente significativas, de aumento da velocidade do vento no oceano Antártico, em partes do sul do Pacífico e Atlântico, e no norte do Atlântico, em 36-72 quilômetros/hora (1-2 centímetros/segundo) por ano. Quanto à altura das ondas, o quadro é mais complicado: a tendência de aumento tem ocorrido no oceano Antártico e em partes do Atlântico, enquanto no norte do Pacífico, no entanto, a tendência foi de redução. Em outras partes dos oceanos, a tendência não foi registrada ou não foi significativa.
Para além disso, ambas as tendências foram mais pronunciadas no oceano Antártico, onde a velocidade máxima do vento durante o período analisado aumentou 1,5 metros por segundo (54 quilômetros/hora), ou 8%, enquanto a altura máxima das ondas aumentou 30 centímetros, ou 5%. Os autores dizem que suas descobertas são confirmadas por todos os satélites, o que, em sua opinião, elimina os erros associados à má qualidade dos dados.
Além do vento e das ondas, a mudança climática também afeta a cor dos oceanos: devido ao impacto do fitoplâncton, as partes verdes dos oceanos se tornam ainda mais verde e as azuis — ainda mais azuis. No total, até o ano 2100, de acordo com estimativas de cientistas americanos e britânicos, a cor mudará em cerca de metade dos oceanos, e isso será notado pelos satélites.