Maas desembarcou nesta segunda-feira em Salvador, Bahia, para uma reunião com ativistas pelos direitos das mulheres, antes de seguir para Brasília, onde deve se reunir com o chefe de Estado brasileiro e o chanceler Ernesto Araújo. Na capital baiana, durante a inauguração de uma rede de apoio às mulheres, criticou duramente o crescimento do populismo e do nacionalismo em todo o mundo, destacando os riscos impostos por retrocessos "perigosos".
— Heiko Maas (@HeikoMaas) 29 de abril de 2019
"O populismo e o nacionalismo estão avançando em todo o mundo e as conquistas alcançadas depois de décadas de luta não estão apenas sendo discutidas, mas estão sendo questionadas", disse ele, citado pela Europa Press. "Teremos que lutar para manter o progresso vivo na Alemanha, na América Latina e em todo o mundo, e para essa luta precisamos de aliados", acrescentou.
Atualmente, segundo Lehmann, no mainstream político alemão, a visão que se tem do Brasil de Bolsonaro não é nem um pouco positiva, inclusive para parte da União Democrata-Cristã (CDU), partido de Merkel. A própria chanceler, ainda de acordo com o especialista, tem um histórico de olhar para líderes como o atual presidente brasileiro de maneira muito crítica, por acreditar que eles não compartilham da ideia dela de que política tem que ser uma "coisa séria, que tem que ser bem pensada, repensada e pensada de novo".
"Ela não gosta muito de políticos impulsivos. A visão geral de Bolsonaro é que ele seja um político muito impulsivo, que não pensa muito. Que fala muito, mas não pensa muito. E, obviamente, fora isso, tem algumas declarações dele recentemente sobre as origens do fascismo, do nazismo, que repercutiram muito mal na Alemanha", afirmou o professor em entrevista à Sputnik Brasil, explicando que esse mal-estar deve ser levado em conta durante o encontro de Maas com Bolsonaro e Araújo.
Em um cenário mais amplo, considerando toda a região da América Latina, onde o ministro alemão também visitará a Colômbia e o México nesta semana, Kai Enno Lehmann acredita que a Alemanha, assim como outros países, está tão preocupada com seus próprios problemas que dificilmente lançará novas iniciativas regionais ambiciosas. Para ele, esse não parece ser o momento oportuno para isso, embora exista uma necessidade de que isso seja feito.
"As circunstâncias políticas, tanto aqui quanto lá, parecem não existir neste momento."