Rodriguez Gelfenstein avalia que o levante na manhã de terça-feira na base militar conhecida como "La Carlota" aconteceu "longe do Palácio do Governo" e não teve apoio substancial do povo e das Forças Armadas.
Gelfenstein comentou "trinta soldados apoiando Guaidó não se comparam aos 335 mil homens e 2 milhões de milicianos" que compõem as Forças Armadas da Venezuela. Os números, porém, são disputados. Análises independentes, porém, dão conta de que não mais que 200 mil homens e mulheres componham as milícias, além de não ser possível confirmar o número de soldados ainda leais ao governo Maduro.
Rodriguez Gelfenstein observou que "é evidente" que a ação não derrubaria o governo de Nicolás Maduro, mas alertou sobre o verdadeiro objetivo por trás da manobra.
"É uma provocação para que haja uma ação excessiva das forças da ordem na Venezuela que sirva de justificativa ao governo dos EUA para uma intervenção militar", sintetizou.
O especialista lembrou que a Venezuela "está sob ameaça de Trump e do [Secretário de Estado Mike] Pompeo e se alguma coisa acontecer a Guaidó, eles vão intervir" e considerou que o governo de Maduro deve agir com "muito sentido, muita paciência, muito gestão política, mas com firmeza".
Na terça-feira de manhã, o presidente autoproclamado Guaidó divulgou um vídeo em que, acompanhado por Leopoldo Lopez e um grupo de soldados, convoca o povo para se mobilizar contra o governo de Maduro e "restaurar a liberdade" no país.
As imagens foram gravadas na Base Militar Francisco Miranda, também conhecida como La Carlota, localizada no leste de Caracas, na rodovia Francisco Fajardo.