EUA se recusam a assinar acordo de 187 países que regulamenta exportação de lixo plástico

© AP Photo / Gemunu AmarasingheUma garrafa plástica e outros detritos em praia do Oceano Índico localizada em Uswetakeiyawa, Sri Lanka.
Uma garrafa plástica e outros detritos em praia do Oceano Índico localizada em Uswetakeiyawa, Sri Lanka. - Sputnik Brasil
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Na sexta-feira, governos de 187 países concordaram em assinar um novo acordo chancelado pela ONU com o objetivo de limitar a exportação de resíduos plásticos. Os Estados Unidos de Donald Trump, porém, decidirão não participar da iniciativa.

A proposta apresentada pela ONU é acrescentar o plástico misto à Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, um tratado de 30 anos que impede que países enviem resíduos perigosos para o mundo em desenvolvimento sem o consentimento do governo receptor.

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Sob o tratado de 1989, exportadores devem receber o consentimento dos governos locais antes de despacharem lixo plástico contaminado, misturado e não reciclável. Segundo as Nações Unidas, mais de 8,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas em todo o mundo desde o início dos anos 50. Cerca de 60% de todo o plástico acaba no meio ambiente ou em aterros. Atualmente, pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico são despejados no oceano todos os anos.

Em 2018, a Alemanha, os EUA e o Japão exportaram mais de 907,18 toneladas de resíduos plásticos para os países do Sudeste Asiático.

Como resultado da guerra comercial de Trump entre Washington e Pequim, desde 2017 a China se recusa a importar plástico usado e, de acordo com um estudo publicado em 2018 na revista Science Advances, "estima-se que 111 milhões de toneladas de resíduos plásticos serão deslocados com a nova política chinesa até 2030".

"Isso está enviando um forte sinal político para o resto do mundo — para o setor privado, para o mercado consumidor — de que precisamos fazer alguma coisa", observou Rolph Payet, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, referindo-se à decisão de atualizar o tratado para incluir o plástico. "Os países decidiram fazer algo que se traduzirá em ação real", acrescentou.

No entanto, apesar do fato de não ratificarem a proposta da Noruega para restringir as exportações de plásticos a países menos desenvolvidos, o comércio dos EUA com os países será afetado pelo acordo.

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"[O acordo] só permitiria que os EUA exportassem resíduos de plástico que já estão separados, limpos e prontos para reciclagem", disse à Reuters David Azoulay, do Centro para o Direito Ambiental Internacional (CIEL). "Que é exatamente o tipo de lixo que eles enviam por não ter valor".

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