"Julgamos que os serviços de inteligência da Rússia estão mirando a infraestrutura nacional crítica de muitos países para buscar vulnerabilidades. Essa campanha global também procura comprometer as redes do governo central. Posso divulgar que nos últimos 18 meses, o Centro Nacional de Segurança Cibernética compartilhou informações e avaliações com 16 Aliados da OTAN — e ainda mais nações fora da Aliança — de atividade cibernética russa em seus países", diz o trecho do discurso que Hunt deve falar na Conferência de Defesa Cibernética da OTAN em Londres nesta quinta-feira.
"Eventos recentes demonstram que nossos adversários consideram as eleições democráticas uma vulnerabilidade fundamental de uma sociedade aberta […] Precisamos ter clareza de que qualquer operação cibernética destinada a manipular o sistema eleitoral de outro país e alterar o resultado violaria o direito internacional justificaria proporcionalidade. Juntos, possuímos opções para responder a quaisquer ataques sob a jurisdição do Artigo V [princípio pelo qual um ataque a um país da Aliança equivale a um ataque a todos, gerando resposta conjunta]. Devemos estar preparados para usá-los", escreve Hunt.
Além disso, o secretário de Relações Exteriores pedirá aos aliados que considerem formas de usar efetivamente ferramentas diplomáticas e políticas para combater as ciberatividades maliciosas.
A Rússia nega ter se envolvido em quaisquer atividades cibernéticas contra outros Estados, incluindo a intromissão em processos eleitorais. Anteriormente, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, sugeriu que o Reino Unido usava a interferência russa para justificar problemas internos, à exemplo das acusações do Partido Democrata nos EUA após a derrota eleitoral em 2016.