O assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, insistiu durante seu discurso na Academia da Guarda Costeira americana que é necessário fortalecer a liderança dos Estados Unidos e diminuir as ameaças aos interesses de Washington na região provenientes da China e da Rússia.
"Vocês ajudarão os Estados Unidos a desafiar a crescente influência militar russa no Ártico e farão retroceder as pretensões ilegítimas da China quanto ao Ártico'", declarou ele perante 240 cadetes da Academia.
Ao mesmo tempo, Bolton revelou que a Guarda Costeira dos EUA receberá "em breve" um novo quebra-gelo que "abrirá o caminho para reafirmar a liderança" do país norte-americano no Ártico.
Este navio será o primeiro de muitos quebra-gelos do programa Polar Security Cutter do presidente dos EUA, Donald Trump, desenhado para renovar a frota estadunidense, que está envelhecendo. Outra tarefa vital da nova embarcação é permitir uma presença do país nas regiões polares durante todo o ano.
"Os Estados Unidos são uma nação ártica com interesses nacionais duráveis nessa região'', concluiu Bolton.
Nessa conexão, o professor da Escola Superior de Economia, Aleksandr Domrin, enfatizou ao serviço russo da Rádio Sputnik que John Bolton pretende exercer influência sobre Donald Trump e mudar o rumo político dos EUA para um conflito armado com a Rússia.
O assessor de Segurança Nacional "continua sua linha em direção a um confronto armado com a Rússia". Ao mesmo tempo, ele sabe bem que Trump não fará isso "nem por causa do Ártico, nem por outra razão".
"Infelizmente, Bolton representa o círculo mais russófobo. Portanto, não estou surpreendido com essa declaração, mas estou absolutamente convencido que Trump não irá ceder a essas persuasões", concluiu.
Não obstante, mais cedo foi relatado que o governo dos EUA continua ignorando o estado deplorável de seus quebra-gelos. Em particular, em 2018 o Senado alocou US$ 750 milhões (R$ 2,88 bilhões) para melhorar a frota do Ártico, mas depois esses fundos foram redirecionados para a construção do muro na fronteira com o México.
Ao mesmo tempo, a Rússia já está se preparando ativamente para defender seus interesses no Ártico. As Forças Armadas russas receberam os submarinos mais avançados, bem como aviões e tanques adaptados às condições árticas. Ademais, a Rússia tem uma poderosa frota que conta com 40 quebra-gelos, e logo planeja criar navios de guerra capazes de navegar nos mares gelados e transportar mísseis de cruzeiro.