Ao assumir nos últimos dias o controle da empresa petroquímica Monómeros Colombo Venezuelanos, já se trata da segunda empresa tomada por Guaidó depois da Citgo, nos EUA.
Segundo as informações do jornal colombiano Dinero, o representante de Guaidó na Colômbia, Humberto Calderón Berti, confirmou que já tomou posse a nova direção da Monómeros, designada pelo dirigente opositor e sem o reconhecimento do governo venezuelano.
A nova direção, que tinha sido nomeada em março por Guaidó, tem como presidente Jon Bilbao, que foi um dos gerentes da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA e que tinha sido despedido por Hugo Chávez por apoiar a "greve petroleira" nacional contra seu governo entre 2002 e 2003.
Inicialmente a empresa era partilhada entre o Instituto de Fomento Industrial de Colômbia, a Empresa Colombiana de Petróleos (Ecopetrol) e o Instituto Venezuelano de Petroquímica (IVP).
Um ano depois, a empresa holandesa Stamicarbon aderiu ao empreendimento e a empresa passou a ser uma sociedade anônima.
A empresa teve um desenvolvimento bem-sucedido que lhe permitiu nas décadas seguintes se associar a empresas internacionais para novos empreendimentos. Desta forma se criou a empresa de transportes marítimos Compass Rose Shipping, a empresa produtora de filamentos de nylon Vanylon, a produtora de fertilizantes Ecofértil ou a empresa de logística Monómeros International Ltd.
Em 2006, os acionistas colombianos da empresa decidiram vender suas participações à estatal venezuelana Petroquímica de Venezuela (Pequiven). No mesmo ano, a empresa venezuelana adquiriu a parte da companhia holandesa, ficando assim com 100% das ações.
A partir desse ano, a Monómeros Colombo Venezuelanos opera na Colômbia com uma empresa filial da estatal Pequiven, sendo que suas autoridades devem ser nomeadas pelo governo da Venezuela.
Conforme indica o jornal Dinero, a Monómeros maneja atualmente mais de metade do mercado de fertilizantes na Colômbia, onde operam com 1.400 trabalhadores entre as sedes de Barranquilla e Buenaventura.
Em uma entrevista ao jornal colombiano El Heraldo, o próprio Bilbao atribuiu os maus resultados às sanções impostas à Venezuela pelos EUA que afetaram as linhas de crédito e isso provocou com que a empresa funcionasse com 50% da sua capacidade.
Nessa entrevista, Bilbao afirmou que espera encerrar este ano com lucro de US$ 6 milhões e reconheceu que, ao estar nas mãos de Guaidó, os lucros da empresa não irão para o Estado venezuelano. "[...] O presidente Guaidó irá nos dizer onde devemos entregar este dinheiro", afirmou Bilbao durante a entrevista.
Ao assumir controle da Monómeros, esta é a segunda operação de Guaidó para controlar uma empresa importante da Venezuela fora do país. Já se trata da segunda empresa tomada por Guaidó desde que, em fevereiro de 2019, nomeou uma nova direção para encabeçar a Citgo, a empresa filial da estatal PDVSA nos EUA.
O controle da Citgo por parte de Guaidó foi apoiada pelo governo dos EUA, que estendeu uma licença à empresa para continuar operando, embora estando agora nas mãos do líder opositor e autoproclamado presidente.