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O que o governo Bolsonaro deve fazer para evitar a iminente volta da recessão?

© Marcos Santos/USP ImagensReais e centavos
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Os resultados divulgados nesta semana em torno do recuo de 0,2% das riquezas produzidas pelo Brasil neste primeiro trimestre, expostas pelo Produto Interno Bruto (PIB), criam o temor de que a recessão esteja no horizonte. Porém, há uma luz no fim do túnel, segundo uma analista ouvida pela Sputnik Brasil.

Ainda que com taxas de crescimento tímidos, o país deixou um cenário de recessão durante o governo anterior, do presidente Michel Temer (MDB), ainda que tal avaliação tenha dividido economistas e pesquisadores. Isto volta a acontecer agora, já que não há consenso sobre a volta da recessão ainda em 2019.

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Na opinião da economista Juliana Inhasz, coordenadora de Graduação do Curso de Economia do Insper, o Brasil ainda não entrou em um quadro de recessão econômica. Para ela, a impressão mais clara é de uma estagnação econômica, com a economia brasileira andando de lado e sem força para avançar rumo a um crescimento forte e sustentável.

"O cenário atual já aponta para uma possível deterioração das condições socioeconômicas, principalmente pelos índices de desemprego e redução da renda, o aumento da informalidade que é um dos elementos que sai dessa última pesquisa [do IBGE, divulgada na quinta-feira], então já temos elementos para apontar uma fragilidade da nossa economia", avaliou ela em entrevista à Sputnik Brasil.

A docente do Insper destacou que os indicadores gerais são muito preocupantes, mas isso não deve ser encarado com surpresa. Na avaliação da analista, a chave para uma retomada clara e consistente do crescimento da economia brasileira passa pelas reformas – mais especificamente a da Previdência e a Tributária –, que avançam a passos lentos em Brasília.

"A gente hoje vê um quadro macroeconômico que não é o quadro que a gente gostaria de enxergar, porque estamos vendo as nossas expectativas econômicas se deteriorarem, nós tínhamos a esperança que o novo governo conseguiria rapidamente criar um novo dinamismo econômico, mas não foi isso que nós vimos, não tem acontecido", ponderou.

"Dá para entender o motivo de pessoas fazerem previsões sobre um novo cenário de recessão. Eu, no entanto, acredito que vamos continuar andando bem de lado, já vimos que a economia brasileira não consegue dar grandes avanços, mas acho que ainda é um pouco cedo que a gente consiga dizer que logo estaremos em recessão", acrescentou a economista.

Como não é segredo para ninguém, o impacto da política na economia brasileira é amplo, por isso a dificuldade da articulação por parte do governo do presidente Jair Bolsonaro junto ao Legislativo tem a sua parcela de culpa, de acordo com Juliana Inhasz. Entretanto, ela prefere ver evoluções em andamento, as quais, para ela, evitarão a volta da recessão.

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"Temos visto algumas tentativas no Congresso para que as reformas andem, a gente já tem uma articulação forte em torno da Reforma Tributária, a Reforma da Previdência continua no cenário, apesar de não da forma com que gostaríamos, então temos elementos para acreditar que talvez consigamos ter mais fôlego e criar tração na economia brasileira", prosseguiu.

Outros especialistas são menos otimistas do que a professora do Insper, projetando um cenário técnico de recessão após mais dois trimestres de recuo do PIB nacional. Contra isso, cabe ao governo Bolsonaro, com o ministro da Economia Paulo Guedes a frente, correr contra o tempo. O país tem pressa, acrescentou a especialista ouvida pela Sputnik Brasil.

"A informação que nos importa é olhar como a população tem sobrevivido e a sociedade caminhado nos últimos tempos. O que temos observado é que a população tem cada vez menos capacidade de comprar aquilo que ela quer, ela se encontra em uma fragilidade socioeconômica elevada por conta do alto desemprego. A nossa situação econômica é delicada", completou.

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