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Médicos brasileiros não têm disposição para trabalhar em áreas remotas, diz médico cubano

© André Borges/Agência BrasíliaMinistério da Saúde prorroga o prazo das inscrições para o programa Mais Médicos
Ministério da Saúde prorroga o prazo das inscrições para o programa Mais Médicos - Sputnik Brasil
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A partir desta quinta-feira (6) até a sexta-feira (7), os candidatos inscritos nas vagas remanescentes do Programa Mais Médicos poderão indicar o local onde querem trabalhar entre as vagas disponíveis.

São oferecidas 2.212 vagas em 1.185 municípios e 13 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Ou seja, até o momento o governo do presidente Jair Bolsonaro não conseguiu repor todos os postos que eram ocupados por médicos estrangeiros, sobretudo cubanos.

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Em entrevista à Sputnik Brasil, Alioski Ramírez, médico cubano que atuou no Programa Mais Médicos entre os anos de 2014 e 2016, atribui essa dificuldade encontrada pelo governo Bolsonaro para suprir essas vagas a falta de disposição dos médicos brasileiros de irem a lugares remotos.

"Não são todos, mas a grande maioria dos médicos brasileiros não estão preparados para assumir um nível de vida inferior ao que eles já têm. É mais difícil eles se fixarem nessas regiões vulneráveis do Brasil", disse.

Segundo Ramirez, que atuou em regiões periféricas próximas ao Distrito Federal, os lugares disponíveis atualmente são áreas precárias.

"As áreas que estão a disposição agora são categorizadas como áreas vulneráveis, onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é precário, comparado com as outras áreas aqui no Brasil, e onde o médico brasileiro, não tem disposição real de ir e se fixar nessas regiões", afirmou.

O pedido dos dois parlamentares baseia-se em estudos realizados pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que mostra que fim do Programa Mais Médicos e a consequente morte de 100 mil pessoas até 2030, em consequência da descontinuidade do programa pelo governo Jair Bolsonaro.

Os dados foram levantados em colaboração com pesquisadores da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, e do Imperial College, de Londres, Inglaterra.

O estudo também mostra que um impacto maior nos municípios mais pobres, afetando sobretudo a população negra.

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