O movimento deixa Netanyahu, que serviu como premiê de Israel continuamente durante a última década, no controle de quatro ministérios - além do escritório do primeiro-ministro - incluindo Defesa, Saúde, Educação e, agora, Justiça.
A decisão de Netanyahu de manter o portfólio da justiça para si mesmo, efetivamente se imunizando da lei, o deixou aberto a duras críticas, já que ele efetivamente se colocou no comando das próprias autoridades encarregadas de examinar suas próprias supostas impropriedades.
Três casos criminais tiveram grande repercussão sobre Netanyahu desde fevereiro, quando o Procurador Geral de Justiça de Israel, Avichai Mandelblit, anunciou que indiciaria Netanyahu por suborno, fraude e quebra de confiança sobre suas relações com os magnatas da mídia, que supostamente envolveram favorecimento político.
O cargo de ministro da Justiça sobrou para Netanyahu depois que ele cortou de seu gabinete o ministro da Justiça, Ayelet Shaked, e o ministro da Educação, Naftali Bennett, no domingo, dois parlamentares que não conseguiram retornar ao Parlamento depois que seu novo partido não obteve votos suficientes nas eleições de abril.
Mas a curiosa decisão de Netanyahu de acumular ministérios parece resultar de sua hesitação em nomear um rival religioso para um cargo, precisamente quando ele está sendo criticado por conceder concessões demais a partidos religiosos.
Depois que ele não conseguiu nomear um substituto para Shaked, autoridades judiciais disseram que era impensável para Netanyahu manter o posto para si mesmo. "Netanyahu não pode substituir o ministro da Justiça nem mesmo por um único dia", disseram figuras israelenses não identificadas ao Canal 13 de Israel.
"O primeiro-ministro deve nomear imediatamente um substituto para o Ministério da Justiça", disse o Movimento pelo Governo de Qualidade, um grupo da sociedade civil israelense, chamando Netanyahu de assumir o posto de "um truque político vergonhoso que prejudica a confiança do público no sistema legal".
Depois que Netanyahu não conseguiu formar um governo nas seis semanas que lhe foram atribuídas depois de vencer as eleições de abril, seu partido, o Likud, liderou a dissolução d0o Parlamento, preparando o palco para novas eleições nacionais, a serem realizadas em 17 de setembro.