Conforme indica a estratégia do Pentágono publicada nesta sexta-feira (7), na parte dedicada aos riscos para os interesses de segurança nacional dos EUA, se os procedimentos internacionais de definição de fronteiras não forem vantajosos para a Rússia, o país pode estabelecê-las unilateralmente e empregar seu potencial militar para impedir o acesso às áreas marítimas em disputa e aos recursos do Ártico.
Nota-se também que, antes, a Rússia seguia a legislação internacional e todos os procedimentos na questão na definição de fronteiras da plataforma continental.
Além disso, o Pentágono vê a região do Ártico como "um território estratégico, como um alvo potencial para um ataque aos Estados Unidos". Outra razão de inquietação para os militares dos EUA é que "os desenvolvimentos no Ártico podem restringir direta ou indiretamente a capacidade da Secretaria da Defesa de movimentar forças ao redor do mundo e, mais amplamente, de afetar adversamente a realização dos objetivos estratégicos dos EUA relacionados à concorrência com a China e a Rússia na região do Indo-Pacífico e na Europa".
Como abordagem estratégica para proteger os interesses dos EUA no Ártico à luz desses riscos, o Pentágono propõe responder de forma a "manter uma ordem baseada em regras na região sem alimentar a concorrência estratégica". Por um lado, se propõe consolidar a cooperação com os aliados, trabalhar na identificação de ameaças e, por outro lado, conduzir mais ativamente exercícios tanto no quadro da NATO como em uma base bilateral e multilateral com países específicos.
No início de abril, o chefe da Agência Federal russa de Utilização do Subsolo, Yevgeny Kiselev, informou que uma comissão da ONU declarou que algumas áreas, a serem incluídas nas novas fronteiras da plataforma continental, pertencem geologicamente às estruturas da plataforma continental da Rússia. No fim de março, o primeiro vice-ministro dos Recursos Naturais e Meio Ambiente da Rússia, Denis Khramov, disse que a subcomissão da ONU já formou a sua posição quanto ao pedido da Rússia sobre o alargamento da sua plataforma continental no Ártico e que a decisão da ONU pode ser divulgada já no junho-agosto.
Em 2001 a Rússia anunciou suas pretensões a uma área rica em hidrocarbonetos, mas o seu pedido foi rejeitado por alegada falta de informação geológica. Depois disso, foram efetuadas novas expedições ao Polo Norte, pesquisas geológicas e geofísicas, que duraram mais de dez anos. A quantidade prevista de hidrocarbonetos nestas regiões é cerca de 4.9 biliões de toneladas de combustível. Segundo a convenção da ONU do Direito Marinho, para ampliar a plataforma continental é preciso provar a natureza continental das estruturas geológicas no fundo no oceano que são contíguas a esta plataforma.