Após as paradas na Jordânia e no Iraque, o ministro alemão Heiko Maas reuniu-se com seu colega no Irã na segunda-feira para discutir formas de dar nova vida ao pacto nuclear de 2015, esperando evitar uma nova escalada com Washington em meio a uma enxurrada de acusações e ameaças.
"A situação na região é altamente explosiva e extremamente séria", avaliou Maas a repórteres após se encontrar com o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif. "Uma escalada perigosa de tensões existentes também pode levar a uma escalada militar".
Naquela atmosfera de hostilidade, várias grandes empresas europeias deixaram de fazer negócios com a República Islâmica, temendo as sanções americanas e isolando o país dos mercados globais.
Um veículo comercial há muito esperado, projetado para ajudar o Irã a burlar as sanções dos EUA, estará pronto em breve, segundo a Alemanha. Berlim espera restaurar o comércio entre o Irã e a Europa e ajudar a "evitar o fracasso" do acordo nuclear.
Maas advertiu que o novo sistema de pagamento, conhecido como INSTEX (Instrumento de Apoio ao Comércio de Trocas), "não pode fazer milagres" e será difícil de implementar.
"Este é um instrumento de um novo tipo, por isso não é fácil operacionalizá-lo", afirmou Maas, mas acrescentou que "todos os requisitos formais estão em vigor agora".
Embora o Irã seja altamente crítico em relação aos EUA por se esquivar do acordo em maio de 2018 - e criticou os signatários da União Europeia (UE) por não fazer mais para pressionar Washington -, Zarif concordou na reunião em cooperar com o mecanismo de comércio paliativo.
Washington continua a impor novas camadas de sanções à República Islâmica como parte do que chama de "campanha de pressão máxima", mais recentemente visando o setor petroquímico do país, enquanto sanções em toda a indústria petrolífera foram introduzidas em novembro.
O Irã considerou as sanções "terrorismo econômico", e em maio prometeu aumentar sua taxa de enriquecimento de urânio se as penalidades não fossem levantadas.
Os signatários da UE do acordo nuclear, Alemanha, França e Reino Unido, pediram aos Estados Unidos que respeitem o acordo assinado em 2015 e prometeram manter o acordo, mas o Irã continua crítico em relação ao que vê como um vazio esforço para manter o acerto.