"A ineficácia política das sanções tem sido comprovada há muito tempo. Seu objetivo declarado, a paz tão necessária na Ucrânia, está tão distante como sempre", disse o primeiro-ministro da Turíngia, Bodo Ramelow, um membro de longa data do Partido da Esquerda da Alemanha, acrescentando que "o sofrimento da população civil é grande".
Ele não é o único chefe de um estado alemão a atacar as sanções que os EUA e a União Europeia (UE) impuseram a Moscou em 2014. As sanções seguiram o conflito armado no leste da Ucrânia, que eclodiu depois que os moradores locais denunciaram o golpe apoiado pelo Ocidente em Kiev.
"A Rússia é um parceiro estrategicamente importante", escreveu no Twitter Michael Kretschmer, primeiro-ministro da Saxônia e membro da União Democrata Cristã (CDU) da chanceler alemã Angela Merkel, após se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na última sexta-feira.
"Para um relacionamento melhor, precisamos acabar com as sanções", pontuou ele, provocando uma onda de críticas da mídia e dos políticos de base.
As sanções - que a UE prolongou recentemente até 31 de julho - parecem ter infligido menos danos ao comércio russo-alemão do que o esperado. Em abril, a Câmara de Comércio Russo-Alemã registrou o maior nível de investimento alemão na Rússia desde antes da crise financeira de 2008.
De acordo com um comunicado da Câmara, o volume total de ingressos financeiros de investidores alemães chegou a € 3,2 bilhões (US$ 3,6 bilhões) em 2018, superando as previsões do Deutsche Bundesbank de que o valor chegaria a € 2,1 bilhões.
Enquanto isso, na vizinha Itália, altos políticos também pediram que as sanções sejam abandonadas. Matteo Salvini, ministro do Interior e líder do partido de direita Liga, disse antes das recentes eleições na UE que as sanções não funcionam e que "todas as pessoas decentes" apoiam a remoção delas.