Convocada por centrais sindicais e partidos de oposição ao governo, a greve geral mobilizou trabalhadores e manifestantes de ao menos nove estados no país. Segundo os organizadores, a reivindicação do ato é por mais empregos, defesa da educação e contra a reforma da Previdência.
Para o professor de direito público da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Alexandre Mendes, que conversou com a Sputnik Brasil durante o protesto no Centro do Rio de Janeiro, os protestos deste 14 de junho representam uma continuidade de mobilizações contra as medidas do governo de Jair Bolsonaro - e contra o governo em si -, que não deve parar.
"O ato de hoje foi na verdade foi uma culminação de uma série de atos locais, que aconteceram em vários lugares do Brasil, piquetes, interdições de vias. O dia de hoje foi um dia de greve geral contra a reforma da Previdência, por isso a manifestação de rua era um dos elementos desse quadro, não é o único. Nesse sentido, pelas informações que chegam, foram bastante exitosos os processos em todo o país contra a reforma da Previdência", avalia Mendes.
De acordo com ele, os protestos contra a reforma da Previdência se somam às reivindicações de diversos setores que vêm se mobilizando contra as políticas de Bolsonaro.
"É claro que é o começo de um processo de mobilização, porque na verdade há uma desteridade das centrais sindicais, do sindicalismo de uma maneira geral, já não é de hoje.
E se a gente somar essas mobilizações com as mobilizações pela educação e as mobilizações dos movimentos de mulheres, a gente tem vários setores da sociedade que já estão se mobilizando contra as medidas do governo Bolsonaro. Na verdade, contra o governo Bolsonaro, pelo que ele representa, pelo que tem tentado implementar no Brasil", completa o professor de Direito público.
É o caso da técnica de enfermagem Ana Cláudia, que participava do ato com um cartaz com a foto de Lula e disse à Sputnik Brasil que foi empregada doméstica durante boa parte da vida e virou técnica em enfermagem graças às políticas do governo Lula.
"Meu ato é contra a reforma da Previdência, sobre o direito do pobre, que tá sendo tirado, sobre o pobre que está sendo sacrificado em função do privilégio dos milionários. Eu sou pobre, empregada, fiz curso técnico de enfermagem, e eu não quero que os meus direitos sejam tirados. Nem o meu, nem o de ninguém", afirmou Ana Cláudia.
"Contra o Moro também. E contra o ministro. Contra esse governo inteiro. Tá tudo errado, é uma bandidagem só. Muita mentirada, as pessoas estão vivendo iludidas em prol deste governo", acrescentou.
Ao ser questionada se as manifestações são capazes de alterar algo nas política do país, a técnica de enfermagem completa:
"A gente está tentando, não posso garantir nada, porque eles estão no poder. Mas a gente tem que fazer alguma coisa. Se eu estou insatisfeita eu tenho que fazer alguma coisa", afirmou.