De acordo com pesquisadores portugueses, o estranho fenômeno pode colocar inúmeras espécies marinhas em perigo devido à ingestão de partículas plásticas. O fenômeno foi identificado na ilha da Madeira, localizada a sudoeste de Portugal, comunica o site Gizmodo.
A descoberta destas estranhas estruturas nas rochas costeiras foi feita em 2016 pelo especialista do Centro de Pesquisa Marinha e Ambiental (MARE), Ignacio Gestoso.
Após analisar e coletar amostras das substâncias da área durante aproximadamente três anos, os cientistas perceberam que estas crostas deixaram de ser esporádicas para cobrir quase 10% da superfície das rochas.
We have a new form of plastic pollution to deal with: plasticrust https://t.co/jPwN15nNTa pic.twitter.com/2RAit9Wb1o
— Mukunth முகுந்த் 🏳️🌈 (@1amnerd) 23 de junho de 2019
Temos uma nova forma de poluição plástica para lidar: o plasticrust
A análise química do material revelou que se tratava de polietileno, um plástico extremamente comum que é frequentemente utilizado em recipientes descartáveis e recipientes para alimentos.
Em seu estudo, publicado na revista Science of The Total Environment, Gestoso e sua equipe alertam que o fenômeno é uma forma de poluição plástica nunca antes vista.
Como isso afeta a fauna marinha?
"[Estas crostas] provavelmente se formaram em resultado da colisão de grandes pedaços de plástico contra a costa rochosa, resultando em uma crosta de plástico na rocha, de forma semelhante às algas ou líquens", explica o cientista.
Segundo os pesquisadores, o "plasticrust" está gradualmente substituindo as películas biológicas naturais das rochas, que são as superfícies onde os animais intertidais, como caramujos e caracóis, vivem e se alimentam.
A equipe científica também alerta para a abundância de uma espécie de caracol marinho que se alimentava de algas na superfície da crosta - o que levanta a possibilidade de que os moluscos estejam ingerindo algum do plástico.
Apesar de ainda não estar claro o efeito que a ingestão de partículas plásticas pode ter sobre esses animais e outras espécies que vivem perto da costa, o consumo pode causar bloqueios do trato digestivo ou introduzir contaminantes ao organismo desses seres.