Em suas descobertas, publicadas na revista acadêmica Journal of European Studies, revisado por pares, Sax se baseia nas revelações do político e criminoso de guerra alemão Hans Frank. Frank foi advogado pessoal de Adolf Hitler e governador-geral da Polônia durante a ocupação do Terceiro Reich.
Durante o seu testemunho em Nuremberg, Frank fez uma afirmação sensacional de que tinha investigado a ascendência de Hitler após o meio-sobrinho do líder nazi, William Patrick Hitler, o ter alegadamente chantageado com ameaças de revelar detalhes embaraçosos sobre a sua família.
Diz-se que Frank teria descoberto a correspondência da avó de Adolf Hitler, Maria Anna Schicklgruber.
Ele teria supostamente descoberto que Maria Anna trabalhou para um homem judeu na cidade austríaca de Graz e que o filho adolescente de seu empregador a engravidou em 1836 – o ano em que o pai de Adolf Hitler, Alois, foi concebido – no que se suspeita teria sido um estupro.
Nome do pai
Mas é alegado que a família de Maria Anna a rejeitou, e ela foi forçada a dar à luz seu filho no celeiro de um estranho no ano seguinte. Leonard Sax diz que o registro de batismo não menciona o nome do pai, e Maria Anna teria vivido com a "pensão alimentícia" enviada pela família judia.
Ela depois se casou com um homem chamado Johann Georg Hiedler e, quando seu filho Alois Schicklgruber tinha 39 anos, ele decidiu legitimar Hiedler como seu pai biológico, mas um padre escreveu mal seu nome, que se tornou "Hitler".
Segundo Sax, Adolf Hitler sabia que seu avô paterno era judeu e estava "desesperado para escondê-lo". A correspondência de Maria Anna com a família judia nunca foi publicada e o fuhrer ordenou a eliminação de qualquer menção da cidade onde sua avó viveu.
Adolf Hitler, em vez disso, empregou um genealogista, Rudolf Koppensteiner, que estabeleceu sua árvore genealógica dizendo que todos seus antepassados eram alemães austríacos.
Biografias principais
A história do advogado de Hitler foi questionada por muitos pesquisadores, e o consenso geral é que ele não era judeu. Um dos primeiros críticos foi Nikolaus von Preradovich, um historiador austríaco que declarou em 1957 que não havia "um único judeu" em Graz quando a avó de Hitler vivia lá.
Mas Sax afirma ter estudado todas as principais biografias e referências ligadas a Adolf Hitler e descobriu que todas as afirmações de que Hitler não tinha ascendência judaica são baseadas na de von Preradovich.
Ele continua a dizer que von Preradovich revelou-se ao longo de toda a linha como um "simpatizante nazista" que tinha amontoado elogios a Hitler e "citado frequentemente Mein Kampf". Assim, argumenta Sax, o austríaco fez suas afirmações porque ele ficou "ofendido" pela sugestão de que o falecido fuhrer teria ascendência parcialmente judaica.
Sentimento de Hitler
Desmascarando ainda mais as alegações, Sax diz que pesquisou arquivos austríacos do início do século XIX, que mostram que tinha havido uma "comunidade judaica estabelecida" em Graz em 1850.
Sax acredita que, ao contrário de muitos antissemitas alemães do período entre guerras, o sentimento de Hitler não era econômico, mas "sexual", já que não o impediu de comprar fuzis de fabricantes judeus, mas o levou a proibir as mulheres gentias de trabalhar para empregadores judeus e a destruir a cidade de sua avó.
Sax insiste que não há uma base probatória forte sobre a ancestralidade de Hitler e sugere que são necessárias mais pesquisas.