O mistério envolvendo o navio pode finalmente ser desvendado com a ajuda das imagens de destroços bem conservados encontrados em 2016 por uma equipe arqueológica e divulgadas na quarta-feira (28).
O HMS Terror e Erebus faziam parte da expedição do explorador inglês John Franklin, que partiu da Grã-Bretanha em 1845 com a missão de encontrar a passagem do noroeste, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico pelo Ártico, entretanto, a missão estava condenada.
Isso porque ambos os navios, incluindo o capitão e uma tripulação de aproximadamente 130 pessoas, desapareceram após serem surpreendidos por temperaturas extremas.
Wreck of ship lost in 1848 may reveal secrets of Arctic expedition.
— AFP news agency (@AFP) August 29, 2019
Almost two centuries after descending to its watery grave, HMS Terror could offer up new clues to its demise -- and solve an enduring mystery in the history of Arctic discoveryhttps://t.co/SeMqqLPeyN pic.twitter.com/3escTKv11U
Quase dois séculos depois de descer ao seu túmulo marinho, o HMS Terror poderia oferecer novas pistas sobre seu desaparecimento e desvendar um longo mistério na história do descobrimento do Ártico.
Apesar dos inúmeros esforços das equipes de busca, o local dos destroços foi descoberto apenas no início dos anos 2000, conforme cita o tabloide Daily Mail.
Os motivos da maior tragédia da exploração do Ártico permanecem sendo um grande mistério. O HMS Erebus foi encontrado em 2014 na mesma região.
As imagens dos destroços foram gravadas por mergulhadores e um robô submergível, revelando artefatos intactos da vida no navio, a 24 metros de profundidade, ao largo da ilha do Rei Guilherme, na passagem do noroeste, a leste de Cambridge Bay, Canadá.
O recente esforço para explorar os destroços do HMS Terror poderia ajudar os pesquisadores a reunir as peças que faltam para completar o quebra-cabeça envolvendo o naufrágio.
Segundo os pesquisadores, é impressionante como os objetos foram conservados. As imagens submarinas mostram o HMS Terror exatamente como há 170 anos. A equipe encontrou um timão coberto de algas, um beliche enterrado no limo e pratos e garrafas intactos.
"A condição em que encontramos a cabine do capitão Francis Crozier supera nossas expectativas", afirmou Marc-Andre Bernier, um dos integrantes da equipe arqueológica.
"Ao explorar o HMS Terror, tivemos a impressão de que se tratava de um navio recém-abandonado por sua tripulação. Parecia ter escapado da passagem do tempo", disse Ryan Harris, diretor do projeto arqueológico e piloto do robô utilizado nas buscas.
Além dos objetos encontrados, os pesquisadores também se depararam com documentos, instrumentos e mapas científicos intactos, que poderão fornecer informações preciosas sobre a Expedição Franklin.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, Catherine McKenna, a descoberta "é um diferencial para entender o destino da expedição Franklin".