No início do mês, a Turquia e os Estados Unidos abriram um centro de controle conjunto para a zona-tampão em potencial. No entanto, os dois países não conseguem concluir as negociações sobre a estrutura e equilíbrio de forças na área.
"Se dentro de algumas semanas nossos militares não controlarem o leste do Eufrates, implementaremos nosso próprio plano de operação. Não temos muito tempo e paciência. Que ninguém tente nos enganar usando o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] como desculpa", disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante uma cerimônia de graduação de uma universidade militar em Istambul neste sábado.
As milícias curdas conhecidas como Unidades de Proteção Popular (YPG) desempenharam um papel considerável na guerra da Síria, e formaram a espinha dorsal das Forças Democráticas da Síria (FDS).
A Turquia alega que ambas as organizações são ramificações do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e as trata como grupos terroristas. Ancara combate as milícias curdas na Síria há anos, apesar dos protestos de Damasco contra a presença ilegal das forças turcas na Síria.
Em 2018, a Turquia e os Estados Unidos concordaram em um plano para retirada de todos os militantes curdos de Manbij para permitir que a população local estabelecesse um novo conselho da cidade. No entanto, não houve nenhum progresso nesse assunto, pois, segundo Ancara, Washington adiou a execução do plano.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que Ancara não permitirá que Washington sabote o estabelecimento de zonas seguras no norte da Síria, como foi o caso da região síria de Manbij, onde os EUA supostamente não mantiveram seus compromissos com seu parceiro na OTAN.