O oficial não forneceu mais detalhes sobre a suposta operação.
Entretanto, um correspondente da Sputnik Turquia contestou a declaração, dizendo que as tropas e veículos turcos não haviam atravessado a fronteira síria, como havia citado a Bloomberg.
Pouco depois, as autoridades turcas afirmaram aos repórteres que a operação na Síria ainda não começou, embora as tropas e equipamentos tenham removido um bloco em uma parte do muro fronteiriço entre os dois países.
Anteriormente, o ministro turco da Defesa, general Hulusi Akar, afirmou que a preparação para uma operação na Síria, incluindo a transferência de tropas e equipamentos, estava em andamento.
Nesta quarta-feira (9), os curdos sírios haviam anunciado uma "mobilização geral" no nordeste da Síria, preparando-se para uma possível incursão turca, além de alertarem a comunidade internacional para evitar uma possível "catástrofe humanitária".
"Convocamos nosso povo, de todos os grupos étnicos, a se dirigir às proximidades da fronteira com a Turquia para resistir neste delicado momento histórico", indica um comunicado curdo.
Na terça-feira (8), o diretor de comunicação presidencial da Turquia, Fahrettin Altun, publicou um artigo no jornal Washington Post onde sugeriu que os presidentes Erdogan e Trump tinham concordado em "transferir a liderança da campanha contra o Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em vários outros países]" para Ancara. Além disso, especificou que as forças turcas, "junto com o Exército Livre da Síria atravessariam a fronteira turco-síria em breve". Altun chamou os combatentes curdos das PKK/YPG a desertarem e a se juntarem ao esforço liderado pela Turquia, ou enfrentarem o ataque. Entretanto, não indicou o prazo concreto para a possível invasão.
A Turquia demonstrou sua preocupação com as forças curdas sírias na sua fronteira sul e prometeu por diversas vezes lançar incursões no norte da Síria para forçar os combatentes curdos a abandonar o território.
Em agosto, as autoridades norte-americanas e turcas anunciaram o compromisso de estabelecer uma zona segura no norte da Síria, devendo os curdos remover seus combatentes e armas desta área.
Em outubro, os EUA começaram a retirar suas tropas da região, com a Casa Branca indicando que não "apoiaria e não se envolveria" na operação turca.
Por sua vez, Damasco condenou repetidamente todas as operações militares não autorizadas em território sírio, planejadas ou em curso, exigindo que todas as forças armadas não convidadas abandonem imediatamente a Síria.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, apelou a um diálogo entre o governo sírio e as forças curdas, incluindo o compromisso de resolver os "problemas de segurança na fronteira entre a Turquia e a Síria".
Por sua vez, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, pediu que seja adotado um "caminho certo" para resolver as preocupações turcas sobre suas fronteiras sul, incluindo a remoção das tropas norte-americanas da região.
Nesta quarta-feira (9), a mídia iraniana informou que os militares do país começaram um exercício militar sem aviso prévio nas proximidades da fronteira turca.