Revista americana faz relação entre novos submarinos do Japão com celulares

© AFP 2023 / Peter ParksSubmarino da classe Soryu Hakuryu é visto atracado na base naval de Sydney, Austrália, em 15 de abril de 2016
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Algumas tecnologias básicas que encontramos em dispositivos cotidianos, como celulares, podem ser usadas como base para sistemas militares avançados, escreve a National Interest.

De acordo com a revista norte-americana, o Japão anunciou o lançamento de seu novo submarino no dia 4 de outubro de 2018, dando início a uma nova era na guerra submarina: usando um pouco da tecnologia dos smartphones.

Pelo fato de os geradores de submarinos serem bastante ruidosos, os navios que operem em estreita proximidade com as forças inimigas podem desligar o seu motor diesel e funcionar apenas com bateria, escreve a edição.

Uma forma de contornar a situação do esgotamento rápido das baterias é com a utilização de energia nuclear, que proporciona uma autonomia subaquática quase ilimitada, permitindo velocidades mais elevadas e é mais silenciosa do que o funcionamento de motores diesel.

Baterias de lítio-íon

"No entanto, não é tão silencioso como um diesel que funciona apenas com baterias, e os submarinos nucleares não podem desligar seus reatores operacionalmente. Mais importante ainda, os submarinos nucleares custam quatro a seis vezes mais – e, mesmo para países com acesso à tecnologia de reatores nucleares, eles são um exagero para patrulhas de curto alcance", cita a publicação.

Nos últimos 20 anos, os avanços dos submarinos convencionais têm se concentrado em complementar os diesel com vários esquemas mais silenciosos e duradouros de propulsão independente do ar (AIP).

A edição explica que os submersíveis com AIP podem funcionar mais silenciosamente do que os submarinos nucleares e podem permanecer submersos durante semanas antes de precisarem emergir, embora possuam suas desvantagens, como riscos devido aos fluidos voláteis usados em sua operação.

© REUTERS / Toru HanaiMaquete de submarino japonês de classe Soruy
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Maquete de submarino japonês de classe Soruy

As baterias de lítio-íon foram introduzidas pelas companhias japonesas no uso comercial geral em 1991, sendo usadas até hoje em eletrônicos portáteis, incluindo laptops e telefones celulares.

"Em comparação com as baterias de chumbo-ácido tradicionais, as baterias de íon-lítio têm maior densidade de energia para seu volume e peso, podem carregar muito mais rápido e descarregar sua energia com 80 a 90% de eficiência, em comparação com cerca de 60 a 70% das baterias de chumbo", ressalta a matéria.

Combustão espontânea

Em 2013, um avião pegou fogo no aeroporto de Logan, em Boston, devido a um superaquecimento da bateria de íon-lítio – fato que também foi notório no mesmo tipo de bateria, que entrava em combustão espontânea, usado nos smartphones Galaxy S7.

Algo semelhante ocorreu com uma bateria de lítio-íon em um minissubmarino norte-americano em 2008, que pegou fogo em Pearl Harbor – o que explica por que a tecnologia íon-lítio não foi implementada em um grande submarino mais cedo.

O lançamento do submarino Oryu, da classe Soryu, sugere que os militares japoneses ficaram satisfeitos por as baterias de íons de lítio terem sido refinadas para uma capacidade operacionalmente viável e segura.

© Sputnik / Igor Russak / Acessar o banco de imagensUma caixa de iPhone (foto de arquivo)
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Uma caixa de iPhone (foto de arquivo)

Com isso, destaca a revista, o Japão investiu muito dinheiro e anos de esforços na atribuição de uma maior segurança e confiabilidade a suas baterias de íon-lítio.

"O lançamento do Oryu sugere que os militares japoneses ficaram satisfeitos por as baterias de íons de lítio terem sido refinadas para uma capacidade operacionalmente viável e segura."

Tecnologia fiável

Um submarino adicional de classe Soryu com baterias de íons de lítio será construído pela empresa japonesa Kawasaki Heavy Industries – seguidamente, o Japão começará a desenvolver um submarino LIB de última geração.

"Independentemente disso, a aparente implantação pelo Japão de uma tecnologia fiável de baterias submarinas de íons de lítio marca o segundo grande passo em frente nas capacidades dos submarinos convencionais a preços acessíveis nos últimos vinte anos", conclui o artigo, adicionando que a Coreia do Sul e a China também estão desenvolvendo submarinos LIB.

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