De acordo com a revista norte-americana, o Japão anunciou o lançamento de seu novo submarino no dia 4 de outubro de 2018, dando início a uma nova era na guerra submarina: usando um pouco da tecnologia dos smartphones.
Pelo fato de os geradores de submarinos serem bastante ruidosos, os navios que operem em estreita proximidade com as forças inimigas podem desligar o seu motor diesel e funcionar apenas com bateria, escreve a edição.
Uma forma de contornar a situação do esgotamento rápido das baterias é com a utilização de energia nuclear, que proporciona uma autonomia subaquática quase ilimitada, permitindo velocidades mais elevadas e é mais silenciosa do que o funcionamento de motores diesel.
Baterias de lítio-íon
"No entanto, não é tão silencioso como um diesel que funciona apenas com baterias, e os submarinos nucleares não podem desligar seus reatores operacionalmente. Mais importante ainda, os submarinos nucleares custam quatro a seis vezes mais – e, mesmo para países com acesso à tecnologia de reatores nucleares, eles são um exagero para patrulhas de curto alcance", cita a publicação.
Nos últimos 20 anos, os avanços dos submarinos convencionais têm se concentrado em complementar os diesel com vários esquemas mais silenciosos e duradouros de propulsão independente do ar (AIP).
A edição explica que os submersíveis com AIP podem funcionar mais silenciosamente do que os submarinos nucleares e podem permanecer submersos durante semanas antes de precisarem emergir, embora possuam suas desvantagens, como riscos devido aos fluidos voláteis usados em sua operação.
As baterias de lítio-íon foram introduzidas pelas companhias japonesas no uso comercial geral em 1991, sendo usadas até hoje em eletrônicos portáteis, incluindo laptops e telefones celulares.
"Em comparação com as baterias de chumbo-ácido tradicionais, as baterias de íon-lítio têm maior densidade de energia para seu volume e peso, podem carregar muito mais rápido e descarregar sua energia com 80 a 90% de eficiência, em comparação com cerca de 60 a 70% das baterias de chumbo", ressalta a matéria.
Combustão espontânea
Em 2013, um avião pegou fogo no aeroporto de Logan, em Boston, devido a um superaquecimento da bateria de íon-lítio – fato que também foi notório no mesmo tipo de bateria, que entrava em combustão espontânea, usado nos smartphones Galaxy S7.
Algo semelhante ocorreu com uma bateria de lítio-íon em um minissubmarino norte-americano em 2008, que pegou fogo em Pearl Harbor – o que explica por que a tecnologia íon-lítio não foi implementada em um grande submarino mais cedo.
O lançamento do submarino Oryu, da classe Soryu, sugere que os militares japoneses ficaram satisfeitos por as baterias de íons de lítio terem sido refinadas para uma capacidade operacionalmente viável e segura.
Com isso, destaca a revista, o Japão investiu muito dinheiro e anos de esforços na atribuição de uma maior segurança e confiabilidade a suas baterias de íon-lítio.
"O lançamento do Oryu sugere que os militares japoneses ficaram satisfeitos por as baterias de íons de lítio terem sido refinadas para uma capacidade operacionalmente viável e segura."
Tecnologia fiável
Um submarino adicional de classe Soryu com baterias de íons de lítio será construído pela empresa japonesa Kawasaki Heavy Industries – seguidamente, o Japão começará a desenvolver um submarino LIB de última geração.
"Independentemente disso, a aparente implantação pelo Japão de uma tecnologia fiável de baterias submarinas de íons de lítio marca o segundo grande passo em frente nas capacidades dos submarinos convencionais a preços acessíveis nos últimos vinte anos", conclui o artigo, adicionando que a Coreia do Sul e a China também estão desenvolvendo submarinos LIB.