"Um comboio do Exército russo chegou à cidade síria de Kobane, localizada junto à fronteira entre a Turquia e a Síria", lê-se no comunicado.
Após as negociações que duraram seis horas, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan assinaram um memorando de entendimento composto por dez pontos.
De acordo com o documento, a partir da tarde de quarta-feira (23), as forças russas, em conjunto com a guarda fronteiriça síria, devem iniciar a patrulha das regiões de fronteira de Kobane a Tel Abyad e de Ras al-Ain até à fronteira com o Iraque.
O presidente Vladimir Putin havia qualificado as decisões tomadas no âmbito do acordo de "muito importantes, se não marcos decisivos", que permitirão regularizar uma "situação bastante grave que se desenvolveu na fronteira sírio-turca".
De acordo com o ponto cinco do memorando assinado pelos presidentes, as forças russas e sírias irão atuar para garantir a retirada das milícias curdas e seus armamentos – o principal alvo da operação turca – para uma distância mínima de 30 km da fronteira com a Turquia.
Retirada das milícias curdas
A retirada das milícias curdas deve ser realizada no período de 150 horas após as seis horas da manhã (no horário de Brasília) de quarta-feira, 23 de outubro de 2019.
Após a retirada, as forças russas e turcas iniciarão patrulhas conjuntas na região de fronteira, com uma profundidade máxima de 10 km no território sírio. As patrulhas serão feitas nas regiões a leste e a oeste da área da operação Fonte de Paz, à exceção da cidade de al-Qamishli.
O memorando sublinha que todas as forças curdas devem ser retiradas da região de Manbij e Tell Rifaat.
O memorando acordado pela Turquia e pela Rússia estabelece a criação de um mecanismo de monitoramento e verificação do cumprimento das cláusulas do documento. As partes declararam ainda que irão realizar esforços conjuntos para garantir o retorno "seguro e voluntário" de refugiados à Síria.