O porta-voz do Kremlin declarou que todas as forças estrangeiras presentes em território sírio sem autorização do governo do país árabe estão agindo fora da legalidade.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia declarado que uma parcela das tropas dos EUA iria permanecer na Síria com o objetivo de proteger poços de petróleo localizados no país.
"No que se refere à presença militar norte-americana na Síria, a nossa posição é bem conhecida: somente as forças russas mantêm uma presença legítima no território da Síria, nomeadamente [por estarem no país] a pedido do governo sírio', declarou Peskov.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, todas as forças militares estrangeiras devem acabar se retirando da Síria.
"Essa posição é compartilhada por Moscou e Damasco. Esse objetivo será prioritário no final, uma vez que a situação política tenha sido totalmente resolvida", concluiu o porta-voz.
Memorando russo-turco
Na terça feira (22), os presidentes da Rússia e da Turquia assinaram um memorando que regula a situação na região nordeste da Síria, alvo da ofensiva militar turca.
O acordo prevê que as milícias curdas – o principal alvo das operações turcas – se afastem a uma distância mínima de 30 km da fronteira com a Turquia.
A retirada das milícias curdas deve ser realizada em até 150 horas após as seis horas da manhã, no horário de Brasília, de quarta-feira, 23 de outubro de 2019.
Após a retirada, forças russas e turcas iniciarão patrulhas conjuntas na região de fronteira, com um recuo máximo de 10 km para dentro do território sírio. As patrulhas serão feitas nas regiões a leste e a oeste da região na qual a Turquia mantém a operação Fonte de Paz, à exceção da cidade de al-Qamishli.
Presença russa na Síria
Em 2015, a Rússia iniciou operação contra as organizações terroristas no território da República Árabe da Síria a pedido do governo de Damasco.
Desde a chegada das forças russas, o governo de Damasco foi capaz de retomar uma parte importante de seu território, que estava sob controle de organizações terroristas, e reconstruir parte da infraestrutura destruída durante o conflito que já dura oito anos.
Em agosto de 2014, os EUA e seus aliados iniciaram operações em território sírio contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países). A entrada das forças dos EUA e seus aliados foi feita sem acordo prévio com o governo de Damasco.
O governo sírio tem declarado reiteradamente que a presença militar dos EUA em território da Síria é ilegal e demanda a retirada das suas tropas.