Os Estados Unidos foram "arrogantes" ao enviar tropas para proteger poços de petróleo na Síria, disse o chanceler russo. Lavrov notou que ainda não está claro de quem as instalações precisam ser "protegidas".
"A afirmação de que a presença [dos EUA] é necessária para proteger as riquezas petrolíferas é arrogante. Ao fim e ao cabo, os poços de petróleo estão sendo protegidos dos próprios sírios", disse Lavrov.
A medida norte-americana é uma violação da lei internacional, uma vez que a presença dos EUA na Síria é "ilegal", reiterou o chanceler, ao lado de seu homólogo iraniano, Javad Zarif, e turco, Mevlut Cavusoglu.
O chanceler russo acredita que a alegação de Washington de que os poços precisam ser protegidos do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países) é um pretexto para voltar atrás na decisão de retirar as tropas da Síria.
A alegação é ainda mais confusa se considerarmos que "em março deste ano, os EUA já haviam anunciado que o Estado Islâmico [Daesh] havia sido derrotado, esmagado", lembrou Lavrov.
Encontro de ministros
Os ministros da Rússia, Irã e Turquia se reuniram para lançar oficialmente o Comitê Constitucional da Síria, que iniciará os seus trabalhos no Escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.
Outro ponto relevante da agenda foi o cessar-fogo no nordeste da Síria, negociado entre a Rússia e Turquia, na semana passada, em Sochi. O cessar-fogo expirou nesta quarta-feira (30).
O ministro das Relações Exteriores da Turquia afirmou que, terminado o cessar-fogo, qualquer grupo armado curdo remanescente na "zona de segurança" próxima à fronteira sírio-turca será eliminado.
Conciliador, o ministro turco notou que confia na informação russa de que os curdos se retiraram da região, em consonância com o acordo de Sochi.