A nova designação da aeronave foi feita durante a feira Dubai Airshow, nos Emirados Árabes Unidos, juntamente com o nome da joint-venture entre Embraer e Boeing que está à espera da aprovação de órgãos regulatórios para operar. A empresa se chamará Boeing Embraer - Defense.
O nome comercial do Millennium deixou de usar o K, que designa as aeronaves que possuem capacidade de reabastecimento aéreo.
Ele permanecerá sendo chamado KC-390 para os clientes que desejarem que a aeronave mantenha as características de conseguir ser reabastecida durante o voo.
Para Claudio Lucchesi, especialista em aviação e autor do livro "O Voo do Impossível", que conta a história do Bandeirante, o avião que gerou a criação da Embraer, o C-390 Millenium pode ser chamado de uma "versão básica" do KC-390.
"O que aconteceu foi o lançamento de uma versão básica da aeronave que está sendo designada C-390. Essa versão não tem a capacidade de reabastecer outras aeronaves em voo. É uma versão básica, de modo que cada país que vai adquirir a aeronave pode optar por colocar certas capacidades ou não", disse à Sputnik Brasil.
Segundo Lucchesi, a ideia é que a aeronave tenha um preço mais acessível e atraia mais vendas.
"O que foi feito foi o lançamento de uma versão que pode ter o preço mais baixo porque é uma versão básica", analisa.
Em agosto deste ano, Portugal assinou um contrato para adquirir cinco aeronaves com entregas previstas para 2023. A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu sua primeira aeronave em 4 de setembro de 2019.
Segundo a empresa, todos os contratos assinados anteriormente estão mantidos.
Cláudio Lucchesi diz que a somatória de fatores como a oferta de uma aeronave básica que pode ser customizada pelo cliente, a expertise da Boeing no marketing militar internacional e a capacidade capacidade técnica e tecnológica da própria Embraer fazem com que o C-390 Millenium possua uma capacidade de mercado alta.
"Não há dúvida de que a Boeing possui uma expertise de trâmite no mercado internacional muito avançada e a Embraer vai ter vantagens nisso", disse.
A Embraer terá 51% de participação na Boeing Embraer - Defense, enquanto a Boeing vai ficar com os 49% restantes.
A joint venture Boeing Embraer - Defense ainda precisa ser regulamentada por órgãos internacionais antes de entrar em operação.