O diplomata afirmou que os Estados Unidos buscam obter a superioridade militar sob pretexto da ameaça que supostamente vem da Rússia e China, com o objetivo de ditar suas condições a partir de uma posição de força e estabelecer o controle sobre os recursos e as rotas de transporte na região do Ártico.
"Depois da retirada de Washington do tratado INF existe a possibilidade real que sejam implantados mísseis nucleares dos EUA de médio e curto alcance em várias regiões do mundo, incluindo as latitudes do norte", ressaltou Korchunov.
Nomeadamente, os Estados Unidos estão desenvolvendo o segmento norte do sistema de defesa de antimísseis e pretendem colocar 20 mísseis interceptores no Alasca até 2023, para além das 44 unidades já implantadas no referido estado.
Vale também destacar que a OTAN decidiu criar um novo comando no Atlântico Norte, aumentando a cada ano a escala e frequência de exercícios nesta região. A Segunda Frota da Marinha dos EUA voltou também a estar operacional após ter sido desmantelada no fim da Guerra Fria.
Internacionalização da atividade militar no Ártico
O diplomata acrescentou que a OTAN "arrasta" para o Ártico países afastados desta região, aumentando ainda mais a tensão política e militar.
"A internacionalização da atividade militar no Ártico, fomentada pelas ações dos EUA na região, é uma tendência que se registra cada vez mais e acentua a tensão política e militar", disse ele, indicando que "os países afastados do Ártico são arrastados para essa atividade questionável".
Estes países começaram a incluir o Ártico na área de sua atividade militar. Como exemplos ele citou a estratégia ártica do Ministério da Defesa britânico e o relatório do Ministério da Defesa francês no qual se fundamenta a presença militar da França na referida região.