Moscou acusa OTAN de arrastar outros países em atividades miliares no Ártico

© AP Photo / Justin ConnaherSoldados dos EUA fazem treinamento com sapatos especiais para uso na neve, em treinamento chamado "Luz do Ártico", em 2012 (foto de arquivo)
Soldados dos EUA fazem treinamento com sapatos especiais para uso na neve, em treinamento chamado Luz do Ártico, em 2012 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Existe uma ameaça real de que os EUA implantem mísseis de médio e curto alcance em latitudes do norte após saírem do Tratado INF, disse à Sputnik Nikolai Korchunov, enviado especial do Ministério das Relações Exteriores russo para a cooperação ártica.

O diplomata afirmou que os Estados Unidos buscam obter a superioridade militar sob pretexto da ameaça que supostamente vem da Rússia e China, com o objetivo de ditar suas condições a partir de uma posição de força e estabelecer o controle sobre os recursos e as rotas de transporte na região do Ártico.

"Depois da retirada de Washington do tratado INF existe a possibilidade real que sejam implantados mísseis nucleares dos EUA de médio e curto alcance em várias regiões do mundo, incluindo as latitudes do norte", ressaltou Korchunov.

Nomeadamente, os Estados Unidos estão desenvolvendo o segmento norte do sistema de defesa de antimísseis e pretendem colocar 20 mísseis interceptores no Alasca até 2023, para além das 44 unidades já implantadas no referido estado.

Vale também destacar que a OTAN decidiu criar um novo comando no Atlântico Norte, aumentando a cada ano a escala e frequência de exercícios nesta região. A Segunda Frota da Marinha dos EUA voltou também a estar operacional após ter sido desmantelada no fim da Guerra Fria.

Internacionalização da atividade militar no Ártico

O diplomata acrescentou que a OTAN "arrasta" para o Ártico países afastados desta região, aumentando ainda mais a tensão política e militar.

"A internacionalização da atividade militar no Ártico, fomentada pelas ações dos EUA na região, é uma tendência que se registra cada vez mais e acentua a tensão política e militar", disse ele, indicando que "os países afastados do Ártico são arrastados para essa atividade questionável".

Estes países começaram a incluir o Ártico na área de sua atividade militar. Como exemplos ele citou a estratégia ártica do Ministério da Defesa britânico e o relatório do Ministério da Defesa francês no qual se fundamenta a presença militar da França na referida região.

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