O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu a Dinamarca em agosto ao sugerir que Washington poderia comprar o território semiautônomo do reino, localizado na América do Norte. As autoridades dinamarquesas, no entanto, recusaram firmemente a oferta.
Com essa mudança, a Groenlândia se torna a principal fonte de preocupação da segurança da Dinamarca, à frente das ameaças terroristas e do cibercrime, por exemplo. No entanto, essa priorização não se justifica apenas pela tentativa de aliciamento por parte dos EUA.
Base com reator nuclear dos EUA pode emergir do gelo e causar sérios danos ao meio ambiente na Groenlândiahttps://t.co/CMnZBnXj1q
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O Serviço de Inteligência argumenta que o "jogo de poder" na região do Ártico, onde a ilha está localizada, se intensificou nos últimos anos, aumentando a preocupação da Dinamarca, escreve a BBC. O país, Rússia, Canadá e EUA estão em desacordo na área, apresentando suas reivindicações diversas e conflitantes sobre os territórios do Ártico às Nações Unidas.
"Apesar da ambição compartilhada das nações do Ártico em manter a região livre de desentendimentos sobre políticas de segurança, o foco militar no Ártico está crescendo. Um jogo de poder está se desenrolando entre as grandes potências Rússia, Estados Unidos e China, o que aprofunda as tensões na região", disse um representante da inteligência dinamarquesa à BBC.
Dinamarca vai aumentar a cooperação militar com Groenlândia na sequência dos planos de Donald Trump sobre a compra da ilhahttps://t.co/mohpnhDA0c
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O canal britânico destaca que, embora faça parte da Dinamarca, a Groenlândia tem uma autonomia significativa, que inclui a possibilidade de assinar grandes acordos internacionais, como o que mantém com a China no setor de mineração.
Além disso, a importância estratégica da Groenlândia vem crescendo em meio ao aumento do transporte no Ártico e à concorrência por minerais raros. As águas do Ártico estão se tornando mais navegáveis por causa do derretimento do gelo na região, associado ao aquecimento global.
EUA estão atrás da Rússia e China, que investem cada vez mais no fortalecimento de sua presença militar no Árticohttps://t.co/NlH42sCESl
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Esse aumento da importância do Ártico no cenário internacional tem levado os EUA a tentar impedir ostensivamente a expansão da presença russa na região, com a construção de bases militares lá para impedir isso. Moscou, por sua vez, não planeja interromper suas missões de exploração na área, onde os depósitos de recursos, incluindo combustíveis fósseis, estão se tornando cada vez mais disponíveis com o avanço lento das tecnologias de perfuração e o recuo do gelo.