Aproximação da OTAN às fronteiras da Rússia é ameaça para segurança do país, diz Vladimir Putin

© Sputnik / Aleksandr ZemlianichenkoPresidente russo, Vladimir Putin, chega em reunião do Conselho de Estado, no Kremlin, em Moscou (foto de arquivo)
Presidente russo, Vladimir Putin, chega em reunião do Conselho de Estado, no Kremlin, em Moscou (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O presidente russo disse que a mobilização de forças da OTAN perto das fronteiras da Rússia é uma ameaça para o país, que tem tentado constantemente cooperar com a aliança.

"Antes de iniciarmos o nosso trabalho, gostaria de notar que nestes mesmos dias, de 3 a 4 de dezembro, em Londres está sendo realizada a Cúpula da OTAN, dedicada ao 70º aniversário da aliança", disse Putin na reunião sobre o desenvolvimento da Marinha russa. O presidente lembrou que a aliança militar foi criada para se opor à URSS.

"Agora, como sabemos, já não existe União Soviética, não existe o Pacto de Varsóvia [...] mas a OTAN não só existe, mas também está se desenvolvendo. Na época de sua criação a aliança incluía 12 países, agora tem 29, e o total de gastos militares da aliança representa mais de 70% dos gastos mundiais", disse ele.

Putin observou que a OTAN deve superar sua mentalidade estereotipada do passado, que já não é eficaz para o processo de tomada de decisão da aliança:

"Temos que assumir que, atualmente, a expansão da OTAN e o desenvolvimento de sua infraestrutura militar perto das fronteiras da Rússia é uma das potenciais ameaças à segurança do nosso país", disse o líder russo.

Tentativas de cooperação

Putin salientou que o lado russo tem repetidamente manifestado sua disponibilidade para "combater em conjunto as ameaças reais, incluindo o terrorismo internacional, os conflitos armados localizados e o perigo de proliferação descontrolada de armas de destruição em massa".

"Temos repetidamente dado passos em direção à aliança, tentamos propor uma agenda construtiva e vários eventos conjuntos foram realizados”, disse.

O líder russo notou que a cooperação entre Rússia e OTAN foi prejudicada pelos acontecimentos de 2008, quando eclodiu o conflito na Geórgia:

“No entanto, depois de 2008 a nossa cooperação foi praticamente terminada, porque a aliança estava atuando de forma incorreta em relação à Rússia [...] sem qualquer consideração aos [nossos] interesses", disse Putin.  

O presidente também afirmou que a Rússia segue atenta à modernização e reequipamento técnico das suas Forças Armadas.

© Sputnik / Alexander ZemlianichenkoSoldados russos durante parada militar, na Praça Vermelha, no dia 7 de novembro. Vladimir Putin garantiu que a Rússia seguirá atenta à modernização de suas forças armadas
Aproximação da OTAN às fronteiras da Rússia é ameaça para segurança do país, diz Vladimir Putin - Sputnik Brasil
Soldados russos durante parada militar, na Praça Vermelha, no dia 7 de novembro. Vladimir Putin garantiu que a Rússia seguirá atenta à modernização de suas forças armadas

O Conselho Rússia-OTAN foi instituído em 2002, para discutir a expansão da aliança rumo à Europa oriental, mas teve suas atividades prejudicadas após a eclosão do conflito georgiano, em julho de 2008, e interrompidas em 2014, em função da questão ucraniana.  

Apesar das divergências, o conselho Rússia e OTAN se reúne periodicamente para discutir assuntos de interesse mútuo. A reunião mais recente tratou do acordo de redução de mísseis de curto e longo alcance, o Tratado INF, em 5 de julho de 2019, em Bruxelas.

© REUTERS / Evan VucciPresidente e primeira-dama dos EUA embarcam no avião presidencial com rumo à Conferência de Líderes da OTAN, em 2 de dezembro de 2019
Aproximação da OTAN às fronteiras da Rússia é ameaça para segurança do país, diz Vladimir Putin - Sputnik Brasil
Presidente e primeira-dama dos EUA embarcam no avião presidencial com rumo à Conferência de Líderes da OTAN, em 2 de dezembro de 2019

Entre os dias 3 e 4 de dezembro, os líderes da OTAN estarão reunidos em Londres. Nesta terça-feira, (03), os líderes serão recebidos no Palácio de Buckingham pela rainha Elisabeth II. Na quarta-feira (04), reuniões de trabalho devem discutir temas como a China, a segurança cibernética e a presença da OTAN no espaço.

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