Com isso, a FAA anunciou que a negligência da Boeing com relação a certificação de aeronavegabilidade e instalação de equipamentos de aeronaves de baixa qualidade pode resultar em um valor de US$ 3,9 milhões (R$ 16 milhões) em penalidades civis.
As guias dos slats fabricadas pela Southwest United Industries em junho de 2018 foram enviadas à Spirit AeroSystems Inc. e depois entregues à Boeing para serem instaladas nos Boeing 737, mesmo depois das persistentes falhas em testes.
"As guias dos slats estão localizadas no bordo de ataque das asas dos Boeing 737 e são utilizadas para orientar o movimento dos painéis conhecidos como slats [dispositivo móvel de hipersustentação auxiliar, acoplados com os Flaps]", explica o relatório.
De acordo com a FAA, a Spirit AeroSystems notificou o problema com as guias dos slats em setembro de 2018, mas mesmo assim a Boeing teria certificado as aeronaves.
Anteriormente, a FAA identificou possíveis problemas em aproximadamente 148 guias de slats, exigindo a substituição das mesmas.
O pagamento de milhões de dólares em multas é apenas uma de diversas outras questões envolvendo a Boeing, já que a empresa esteve envolvida em dois acidentes aéreos que causaram a morte de 346 pessoas.
Estima-se que a Boeing reservou mais de US$ 5 bilhões (R$ 20 bilhões) destinados a reembolsos para companhias aéreas devido à interrupção das operações do Boeing 737 Max, além de US$ 100 milhões (R$ 415 milhões) para compensações às vítimas dos acidentes.
O comunicado da FAA concluiu enfatizando que a Boeing tem 30 dias para responder à notificação da penalidade civil proposta.