A Comissão de Relações Exteriores do Senado, dominada pelo partido do presidente dos EUA, aprovou, por 18 votos contra 4, o projeto de lei para impor sanções econômicas à Turquia.
"Chegou a hora de o Senado se unir e usar essa oportunidade para corrigir o comportamento da Turquia", disse o líder da maioria e presidente da comissão, Jim Risch.
O senador republicano Marco Rubio, por outro lado, discorda do projeto, afirmando que medidas como esta poderão enfraquecer a posição da presidência durante as negociações com a Turquia.
No entanto, a maioria dos senadores demonstrou grande insatisfação não só com a compra dos sistemas S-400, mas também com a operação turca no nordeste da Síria.
"[Os turcos] apontaram o dedo para nós e apontaram o dedo para seus aliados na OTAN", disse Risch.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, descreveu a medida como "nova manifestação de desrespeito à decisões soberanas de segurança nacional".
"Iniciativas como essa não têm nenhuma outra função além de deteriorar as relações entre a Turquia e os EUA", manifestou o ministro em declaração.
Nesta quarta-feira (11), o porta-voz da presidência da Turquia, Irahim Kalin, reiterou que a medida não irá impactar a decisão turca de operar o sistema de defesa antiaérea russo S-400.
"Ficou claro que os membros do Congresso [dos EUA] decidiram fechar os olhos e os ouvidos para a realidade", lamentou.
Anteriormente, Ancara anunciou que consideraria fechar bases militares norte-americanas na Turquia, caso os EUA impusessem sanções contra o país.
A Rússia iniciou a entrega do sistema de defesa antiaérea S-400 para Ancara em julho de 2019. De acordo com a presidência da Turquia, o sistema deverá entrar em operação em abril de 2020.
Washington demanda que a Turquia abra mão do sistema S-400, alegando este ser incompatível com o sistema de defesa da OTAN e um risco aos caças norte-americanos F-35.