Em 2012, a Ucrânia aprovou uma lei que concedia o russo e outras línguas minoritárias o status de idioma regional em partes do país, o que significa que os residentes locais podiam usá-los em escolas primárias, tribunais e outras instituições estatais.
Após a mudança de poder em 2014, a legislatura do país repeliu a lei, provocando distúrbios no sudeste da Ucrânia, um território com uma população predominantemente de língua russa.
Em 2018, o Tribunal Constitucional da Ucrânia decidiu que a lei de 2012 era inconstitucional. Em maio de 2019, o então presidente Pyotr Poroshenko assinou uma lei que torna o ucraniano o único idioma autorizado em educação, judiciário, assistência médica e todos os principais serviços estatais. A mudança completa para o ensino da língua ucraniana está prevista para 1º de setembro de 2020.
"Em 2014, a lei sobre o idioma [que privou o russo de status especial] foi aprovada. Depois disso, todas essas ações na Crimeia foram provocadas. Depois disso, a Federação da Rússia entrou na Crimeia. Essa foi uma das coisas que começou tudo isso", disse Ustenko em entrevista ao canal de TV ucraniano Nash.
A Crimeia voltou a ser parte da Rússia na primavera de 2014, logo após a mudança de poder em Kiev, depois que mais de 97% dos eleitores da península apoiaram um referendo em favor da reunificação. A Ucrânia ainda considera a península sua parte, chamando-a de território ocupado temporariamente.
Moscou, por sua vez, insiste em que os moradores da Crimeia decidiram voltar à Rússia através de um procedimento democrático - em um referendo realizado em conformidade com o direito internacional. Segundo o presidente russo Vladimir Putin, a questão do pertencimento territorial da península é "historicamente fechada".