Sanções dos EUA contra Turquia teriam efeito oposto?

© REUTERS / Peter NichollsPresidente dos EUA, Donald Trump, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, posam para foto durante encontro de Chefes de Estado da OTAN, em 4 de dezembro
Presidente dos EUA, Donald Trump, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, posam para foto durante encontro de Chefes de Estado da OTAN, em 4 de dezembro - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, ratificou no dia 20 de dezembro a Lei de Autorização de Defesa Nacional que, além de outras coisas, inclui sanções contra a Síria e a Turquia, bem como contra os gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte 2) e TurkStream.

O professor Mehmet Seyfettin Erol, diretor do Centro de Pesquisas Políticas e de Crise (ANKASAM) disse em entrevista à Sputnik Turquia que os Estados Unidos estão tentando, através do uso de sanções, impor medidas unilaterais nas relações bilaterais.

"A política da Turquia no Oriente Médio, no centro da qual está a Síria, a política que é seguida por Ancara em relação ao Mediterrâneo Oriental e à África do Norte, assim como a cooperação bilateral e regional desenvolvida por ela neste contexto, são encaradas como uma ameaça ao 'projeto do Grande Oriente Médio' americano. Os EUA querem punir a Turquia pela sua política, que está fazendo desmoronar todos seus planos", disse Erol.

Segundo o professor turco, Washington se torna cada vez mais ambicioso e agressivo à medida que perde sua posição de liderança. Para o especialista, as decisões de impor sanções são um sinal de fracasso dos EUA e levam os países a criar novas alianças.

"Não vale a pena esperar que Ancara aceite estas iniciativas como amistosas e se conforme. É claro que a Turquia em um determinado momento dará a resposta necessária. As circunstâncias são mais do que apropriadas para isso [...] Os EUA começam a perder a capacidade de pensar racionalmente. São eles que impulsionam os outros países a criar alianças e desta maneira criam premissas para que o efeito das sanções seja mínimo. A recente decisão de introdução de sanções sugere que os EUA estão muito longe de entender as realidades do mundo novo e da Turquia", salientou.

As novas medidas adotadas por Washington obrigam a Turquia a tomar novas decisões radicais e "obviamente não conduzirão a relações aliadas mais estreitas e unilaterais" com os EUA. Pelo contrário, se a Turquia considerar estas decisões da Administração estadunidense como resultado de uma atitude hostil, indicará sua posição de acordo com isso.

"Os esforços dos EUA para colocar a Turquia do seu lado poderão levar à criação de uma aliança de forças completamente nova. Por isso, se há um país que deva fazer uma escolha, são os Estados Unidos. Eles precisam entender as realidades do novo mundo e da Turquia e procurar um consenso nas questões das relações bilaterais, ou então enfrentarão a dura realidade dos 'Estados Unidos sem Turquia'", concluiu o especialista.

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