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Reinauguração de base brasileira na Antártica é iniciativa científica e geopolítica, diz analista

© Folhapress / Lalo de AlmeidaOperário chinês trabalha na construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George na Península Antártica.
Operário chinês trabalha na construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George na Península Antártica.  - Sputnik Brasil
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Após o incêndio de 2012, o Brasil relançará a Estação Antártica Comandante Ferraz em evento que contará com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).

Como a Antártida não tem população local, em 1959 foi assinado o Tratado da Antártida, uma iniciativa para regular e dividir a região. O Brasil, além de outros 53 países, é um dos signatários do Tratado e tem uma base no continente gelado desde a década de 1980.

Um incêndio, contudo, destruiu parte da Comandante Ferraz e matou dois militares em 2012. Em 2015, a estatal chinesa CEIEC Corporation venceu licitação para reerguer a base brasileira com uma proposta de US$ 99,6 milhões. 

"Temos que entender que a Estação Antártica Comandante Ferraz é, antes de tudo, a casa do Brasil na Antártica. Ela tem tanto um papel científico e também [tem um papel] muito importante geopolítico. É a demonstração do Brasil no interesse do futuro, de cerca de 34 milhões quilômetros quadrados desse planeta. Então, se por um lado nós podemos usar o aspecto político, que é a maneira como o Brasil garante o seu direito de manter o seu voto no sistema do tratado antártico, por outro lado nós temos um enorme interesse científico", afirma à Sputnik Brasil Jefferson Cardia Simões,  vice-presidente do Comitê Científico Internacional sobre Pesquisa Antártica e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou edital de pesquisas para o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), em 2018, com um investimento previsto de R$ 18 milhões. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, as principais aéreas investigadas pelo programa serão:  mudança do clima, ventilação oceânica e ciclo do carbono, absorção do gás carbônico atmosférico, efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos antárticos, pesquisa de microrganismos oriundos do ambiente marinho com potencial biotecnológico, bioprospecção de substâncias para uso na medicina, indústria e agricultura, registro de fósseis, aspectos biológicos, neurobiológicos e sociais relacionados às pessoas que participam das expedições na Antártica em regime de confinamento, entre outros.

Simões avalia que, apesar do investimento brasileiro, o país não ocupa um papel de liderança nas pesquisas na região: "O Brasil, apesar dessa Estação que custou cerca de US$ 100 milhões, ainda é um país que investe pouco. Até mesmo em relação aos países do BRICS".
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